Economia

Com a crise, Estados perderam competitividade

A queda de competitividade dos Estados brasileiros foi afetada pela crise, que reduziu o potencial de consumo


	Competitividade: maiores movimentações no ranking foram efeitos da crise econômica
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Competitividade: maiores movimentações no ranking foram efeitos da crise econômica (foto/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2016 às 09h54.

São Paulo - A crise afetou dois indicadores de desempenho da competitividade dos Estados: a solidez fiscal e o potencial de consumoVeja aqui as notas e as colocações de cada estado.

Nesses dois quesitos, que sentem de frente o baque da atividade econômica, foram registradas as maiores movimentações no ranking de competitividade das 27 unidades da federação, revelou a edição de 2016 do ranking de competitividade dos Estados, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), em parceria com a Economist Intelligence Unit e a Tendências Consultoria.

No estudo deste ano, foram consideradas 65 variáveis referentes a 2015, agrupadas em dez quesitos. No indicador geral de competitividade de 2016, não houve mudanças em relação à edição do ano passado na posição ocupada pelos quatro primeiros Estados.

São Paulo, seguido por Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal mantiveram as colocações de 2015.

São Paulo

Fabio Klein, analista de finanças públicas da Tendências, disse que os Estados mais ricos que estão no topo da lista conseguiram manter o status porque o desempenho favorável de outros quesitos compensou o resultado ruim da situação fiscal.

São Paulo, que lidera o ranking de competitividade por dois anos seguidos, não tem posição tão confortável no quesito solidez fiscal: ocupa a 15.ª posição. Foi a pior colocação do Estado entre os dez grupos avaliados.

"Nos pilares inovação e potencial de mercado, que têm a ver com o tamanho da economia e com a capacidade de investir em pesquisa e desenvolvimento, São Paulo sempre sai na frente, assim como infraestrutura", disse Klein.

Neste ano, Roraima liderou o ranking de solidez fiscal, seguido pelo Pará, Mato Grosso do Sul e Amapá. O que chama atenção é que esses Estados tiveram uma ascensão significativa na parte fiscal durante o último ano, apesar de, na classificação geral, não terem alcançado posição de destaque, exceto no caso de Mato Grosso do Sul.

Norte

Klein explicou que Roraima é o primeiro no ranking fiscal e ascendeu 12 posições porque neste ano foi incluído no quesito o resultado primário - receitas menos despesas, sem incluir juros.

"Roraima tem o melhor resultado primário, além de um endividamento muito baixo." Isso coloca o Estado no topo ante os demais.

Klein explicou o baixo endividamento dos Estados do Norte e Nordeste faz com que eles gastem menos com a dívida. Já nos Estados do Sul e do Sudeste, o desafio fiscal é maior. Isso porque o endividamento é mais elevado. Também são Estados mais industrializados e foram mais afetados pela crise.

Minas Gerais e Rio de Janeiro ocupam as últimas posições no ranking de solidez fiscal pelo fato de terem endividamento elevado. "Quem deve quebra", disse o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), presente ao evento de premiação. Ele fez referência aos juros de 14,25% ao ano.

Klein destacou que o Paraná foge à regra dos Estados do Sul e do Sudeste. O Paraná, conseguiu se sair bem no conjunto fiscal e também no desempenho de outros indicadores.

"Fizemos o ajuste fiscal em 2014, reduzimos mil cargos comissionados e ampliamos em 8% o investimento", disse Beto Richa, governador do Paraná (PSDB).

Para Luiz Felipe d'Avila, diretor presidente do CLP, o ranking deste ano é uma fotografia de um dos momentos mais críticos: combina crise da economia com aumento do gasto público.

"A crise é uma oportunidade para fazer as reformas estruturais que o Estado precisa." Segundo ele, a PEC do gasto público, a reforma da Previdência e a reforma trabalhista são imprescindíveis para retomar a competitividade.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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