CNT aponta principais problemas dos portos
Foram ouvidos 212 agentes marítimos que operam nos principais portos do país, em 15 estados
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2012 às 14h25.
Brasília - Os principais problemas dos portos brasileiros são o excesso de tributos, de tarifas e de burocracia , além do elevado custo de mão de obra e deficiências nos acessos terrestres. A avaliação é resultado pesquisa divulgada hoje (12) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Foram ouvidos 212 agentes marítimos que operam nos principais portos do país, em 15 estados.
O investimento de R$ 31 bilhões, nos próximos três anos, anunciado pelo governo na semana passada, é considerado importante para melhorar a situação. O plano “mostra que o governo está preocupado com o setor, o que é fundamental”, de acordo com o vice-presidente da entidade, Meton Soares. Mas, segundo ele, a CNT vai analisar o programa de investimentos previstos até 2015, para depois se pronunciar sobre o que pode resultar em melhorias nos portos.
O diretor Executivo da CNT, Bruno Batista, disse que é preciso esperar para ver se o governo cumprirá a promessa de investir em três anos 10 vezes mais do que aplicou nos portos nos últimos dez anos, quando os gastos foram de R$ 3,1 bilhões. Um exemplo de ineficiência, citado na pesquisa, é a falta de investimentos governamentais em operação e gestão. Ele cita o custo médio de movimentação de um contêiner no Brasil: “esse valor chega a US$ 200, enquanto nos principais portos europeus é US$ 110 e nos asiáticos, US$ 75”.
Conforme a pesquisa, o Brasil pode ser considerado privilegiado para o desenvolvimento da atividade, por possuir litoral com 7.367 km de extensão linear. Graças a isso, “95,9% do volume total de cargas exportadas em 2011 passaram pelos portos nacionais”. Mesmo assim, os investimentos públicos em transporte marítimo caíram em relação ao ano passado. Até outubro de 2012, somaram R$ 273,2 milhões; em todo o ano de 2011, alcançaram R$ 566,4 milhões. Outro número: até outubro, haviam sido investidos R$ 99,6 milhões em obras de dragagem, contra R$ 508,6 milhões durante todo o ano de 2011.
Segundo Meton Soares, os portos brasileiros podem melhorar com de medidas do poder público, como a melhoria do espaço operacional no cais de atracação, que 53,3% dos entrevistados consideraram inadequado. Há problemas também com os diferentes procedimentos nos 13 principais portos do país, o que causa dificuldade para as operações dos navios e cargas.
Durante a apresentação da pesquisa, uma das questões mais criticadas foi a dificuldade para implantação do Programa Porto sem Papel, cujo objetivo é tornar menos burocráticos os procedimentos administrativos e, assim, diminuir o tempo das operações portuárias. De acordo com o vice-presidente da Federação Nacional dos Agentes Marítimos (Fenamar), Valdemar Rocha Júnior, “em vez de eliminar o papel, o programa criou mais papel e provocou mais demora no nosso trabalho”.
Ele diz que os diversos órgãos envolvidos na operação dos portos não dispensam papel e carimbo para liberar os documentos necessários e pioram a situação, pois é preciso “fazer tudo duas vezes, preenchendo os documentos do Porto sem Papel e depois os papéis exigidos por esses órgãos”. O agente considerou o fato um problema cultural e disse que só poderá ser resolvido, talvez, “se a Casa Civil [da Presidência da República] determinar que seja cumprido o que prevê o Porto sem Papel”.
Brasília - Os principais problemas dos portos brasileiros são o excesso de tributos, de tarifas e de burocracia , além do elevado custo de mão de obra e deficiências nos acessos terrestres. A avaliação é resultado pesquisa divulgada hoje (12) pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT). Foram ouvidos 212 agentes marítimos que operam nos principais portos do país, em 15 estados.
O investimento de R$ 31 bilhões, nos próximos três anos, anunciado pelo governo na semana passada, é considerado importante para melhorar a situação. O plano “mostra que o governo está preocupado com o setor, o que é fundamental”, de acordo com o vice-presidente da entidade, Meton Soares. Mas, segundo ele, a CNT vai analisar o programa de investimentos previstos até 2015, para depois se pronunciar sobre o que pode resultar em melhorias nos portos.
O diretor Executivo da CNT, Bruno Batista, disse que é preciso esperar para ver se o governo cumprirá a promessa de investir em três anos 10 vezes mais do que aplicou nos portos nos últimos dez anos, quando os gastos foram de R$ 3,1 bilhões. Um exemplo de ineficiência, citado na pesquisa, é a falta de investimentos governamentais em operação e gestão. Ele cita o custo médio de movimentação de um contêiner no Brasil: “esse valor chega a US$ 200, enquanto nos principais portos europeus é US$ 110 e nos asiáticos, US$ 75”.
Conforme a pesquisa, o Brasil pode ser considerado privilegiado para o desenvolvimento da atividade, por possuir litoral com 7.367 km de extensão linear. Graças a isso, “95,9% do volume total de cargas exportadas em 2011 passaram pelos portos nacionais”. Mesmo assim, os investimentos públicos em transporte marítimo caíram em relação ao ano passado. Até outubro de 2012, somaram R$ 273,2 milhões; em todo o ano de 2011, alcançaram R$ 566,4 milhões. Outro número: até outubro, haviam sido investidos R$ 99,6 milhões em obras de dragagem, contra R$ 508,6 milhões durante todo o ano de 2011.
Segundo Meton Soares, os portos brasileiros podem melhorar com de medidas do poder público, como a melhoria do espaço operacional no cais de atracação, que 53,3% dos entrevistados consideraram inadequado. Há problemas também com os diferentes procedimentos nos 13 principais portos do país, o que causa dificuldade para as operações dos navios e cargas.
Durante a apresentação da pesquisa, uma das questões mais criticadas foi a dificuldade para implantação do Programa Porto sem Papel, cujo objetivo é tornar menos burocráticos os procedimentos administrativos e, assim, diminuir o tempo das operações portuárias. De acordo com o vice-presidente da Federação Nacional dos Agentes Marítimos (Fenamar), Valdemar Rocha Júnior, “em vez de eliminar o papel, o programa criou mais papel e provocou mais demora no nosso trabalho”.
Ele diz que os diversos órgãos envolvidos na operação dos portos não dispensam papel e carimbo para liberar os documentos necessários e pioram a situação, pois é preciso “fazer tudo duas vezes, preenchendo os documentos do Porto sem Papel e depois os papéis exigidos por esses órgãos”. O agente considerou o fato um problema cultural e disse que só poderá ser resolvido, talvez, “se a Casa Civil [da Presidência da República] determinar que seja cumprido o que prevê o Porto sem Papel”.