Economia

CNI pede que Brasil enfatize comércio à frente do Mercosul

Confederação afirmou que o bloco deu mais importância nos últimos anos às questões políticas e sociais


	CNI afirmou que o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela deu mais importância nos últimos anos às questões políticas e sociais
 (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

CNI afirmou que o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela deu mais importância nos últimos anos às questões políticas e sociais (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2014 às 11h57.

Rio de Janeiro - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) pediu que o Mercosul passe a dar mais prioridade aos assuntos econômicos e comerciais a partir desta quarta-feira, quando o Brasil assume a presidência rotativa do bloco.

A solicitação foi feita em comunicado divulgado pela entidade poucas horas antes do início da cúpula, que reunirá os líderes dos países do Mercosul na cidade do Paraná, na Argentina.

A CNI afirmou que o bloco formado por Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela deu mais importância nos últimos anos às questões políticas e sociais, adiando assim importantes decisões que interessam empresários da região e que podem expandir o comércio.

A confederação lembrou que, na última reunião de cúpula organizada na Venezuela, o Mercosul aprovou um extenso comunicado conjunto fazendo referência à diferentes assuntos, desde direitos de menores imigrantes a homenagens aos ex-presidentes Hugo Chávez e Néstor Kirchner. No entanto, não constava nenhum avanço na área comercial.

"As decisões e as discussões do bloco excluíram os assuntos econômicos importantes para a ampliação dos negócios dentro do Mercosul e, principalmente, para o acesso a novos mercados", garante a CNI.

O setor industrial nacional considera que, sob a presidência do Brasil, o Mercosul tem que priorizar os acordos comerciais com outros blocos e países. E, especialmente, retomar as paralisadas negociações com a União Europeia (UE).

"Retomar a agenda de acordos comerciais e explorar associações com a Aliança do Pacífico, a UE, os Estados Unidos, o Canadá, a África do Sul, a Índia e o Japão são uma prioridade e uma estratégia fundamental para o Mercosul", afirmou o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi, citado na nota.

O dirigente alegou que as empresas brasileiras necessitam de mais oportunidades com outros países, algo cada vez mais difícil porque o Mercosul deixou de lado a agenda do livre-comércio.

Ele ainda disse que o bloco tem pendente outros assuntos comerciais, cada vez mais adiados. Entre eles estão acordos de serviços e compras governamentais, além da eliminação de barreiras não tarifárias que ainda persistem, principalmente as impostas pela Argentina.

"O Mercosul é importante para a indústria do Brasil, mas seus membros precisam pensar em estratégias de política comercial e inserção internacional e, ao mesmo tempo, corrigir os equívocos que impedem a consolidação do bloco", acrescentou Abijaodi.

Na cúpula de hoje, realizada na Argentina está prevista a participação da presidente do país anfitrião, Cristina Kirchner, do Brasil, Dilma Rousseff, Bolívia, Evo Morales, do Paraguai, Horacio Cortes, Uruguai, José Mujica, e Venezuela, Nicolás Maduro.

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