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CNI eleva previsão de alta do PIB em 2017 de 0,3% para 0,7%

De acordo com o Informe Conjuntural do 3º trimestre, o PIB do país encerrará 2017 com crescimento de 0,7% ante a estimativa anterior de 0,3%

PIB: estimativas para o desempenho da indústria também foram revisadas para cima (Sergio Moraes/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 10 de outubro de 2017 às 14h19.

Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou para melhor a maioria das estimativas para o desempenho da indústria e da economia brasileiras neste ano.

De acordo com o Informe Conjuntural do terceiro trimestre, divulgado nesta terça-feira, 10, o Produto Interno Bruto ( PIB ) do País encerrará 2017 com crescimento de 0,7% ante a estimativa anterior de 0,3%. O PIB da indústria também terá uma nova alta, passando de 0,5% para 0,8%.

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Segundo o estudo, as projeções de alta foram impulsionadas pelo aumento no consumo das famílias e pela forte queda da inflação. A previsão para o consumo teve um crescimento importante do segundo para o terceiro trimestre, passando de 0,1% para 0,8%, o que surtiu reflexos no comércio, de acordo com a CNI.

Já o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar 2017 em 3,1% ante a estimativa anterior de 3,6%. Com isso, o indicador chegará ao fim do ano 1,4 p.p. abaixo do centro da meta de 4,5% estabelecida para este ano.

A entidade destaca que a queda na taxa de inflação tem surpreendido por sua duração e intensidade. "O processo de desinflação tem ocorrido, sobretudo, pelo comportamento dos preços de alimentos, que subiram abaixo do usual devido à safra recorde".

Para a Confederação, "a economia brasileira mostra, gradualmente, sinais mais sólidos de recuperação". "Com a contribuição da agricultura e a reação do consumo, o PIB cresceu por dois trimestres seguidos e isso, tecnicamente, sinaliza o fim da recessão", cita o estudo. "O cenário externo se mantém favorável, com liquidez abundante, preços elevados para as commodities e crescimento consistente da economia mundial", acrescenta.

Quanto aos juros, a CNI aposta que a Selic fechará em 7% ao final do ano, bem abaixo da previsão feita no segundo trimestre do ano, que era de 8,5%. Os cálculos da CNI indicam ainda que a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), antes projetada em -2,7%, deve fechar 2017 em -4,0%. Também apontam que a taxa de desemprego para o fim de 2017 será menor, caindo de 13,5% para 12,9%.

Contas públicas

Pelo levantamento, o resultado primário das contas do governo será de um déficit um pouco maior que o da previsão anterior. A nova estimativa é que ao final de 2017, o rombo será de 2,35% do PIB ante os 2,1% anteriores. A projeção para o resultado nominal em 2017 passou de -8,8% para -8,7% do PIB e a estimativa para a dívida bruta ao final do ano passou de 74,3% para 73,7%.

Balança comercial

Para a CNI, o saldo comercial ficará em US$ 64 bilhões em 2017, resultado do crescimento de 16,1% nas exportações (US$ 215 bilhões) e de 9,8% nas importações (US$ 151 bilhões). No estudo anterior, o saldo comercial deste ano foi projetado em US$ 58 bilhões. A nova previsão para a taxa de câmbio é de R$ 3,20 ante os R$ 3,30 anteriores.

Recuperação em curso

"Mesmo com a melhora do quadro recente, uma série de perguntas surge no cenário. Qual é a extensão e intensidade dessa retomada? Como será esse novo ciclo de crescimento? Será amplo e disseminado na economia? Como a indústria irá se comportar?", questiona o estudo.

No entanto, o próprio documento ressalta que "há razões para acreditar na continuidade do atual movimento de recuperação cíclica. Ainda que fatores pontuais tenham sido importantes, como a liberação do FGTS, é o conjunto de elementos conjunturais favoráveis (forte processo de desinflação, juros e desemprego em queda) que explica a reação do consumo".

O estudo também destaca que a recente recessão, "uma das mais duradouras e profundas da história do País", ficou para trás e alerta que o "avanço no ajuste fiscal é condição essencial para a consolidação do crescimento".

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