Economia

Choque de alimentos está começando a arrefecer, diz BC

Luiz Awazu disse que impacto da política monetária se dá com defasagens e que parte significativa da resposta dos preços ainda está por se materializar


	Preços de alimentos:  BC tirou a Selic da mínima histórica de 7,25% e levou-a aos atuais 11% ao ano
 (Joe Raedle/Staff)

Preços de alimentos:  BC tirou a Selic da mínima histórica de 7,25% e levou-a aos atuais 11% ao ano (Joe Raedle/Staff)

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Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2014 às 14h44.

São Paulo - O choque de preços de alimentos que tem pressionado a inflação neste ano está começando a arrefecer, ajudando a reduzir as expectativas inflacionárias, afirmou nesta terça-feira o diretor de Assuntos Internacionais e de Regulação do Banco Central, Luiz Awazu Pereira.

Em evento promovido pela revista The Economist em Londres, ele reafirmou que o impacto da política monetária se dá com defasagens e que parte significativa da resposta dos preços ao atual ciclo de elevação da Selic ainda está por se materializar.

"Neste momento, há renovados choques nos preços domésticos de alimentos, mas eles estão começando a retroceder, o que tem ajudado a começar a diminuir as atuais expectativas de inflação, e que estão operando em um ambiente de condições monetárias muito mais apertadas", afirmou ele em discurso.

Desde abril passado, o BC tirou a Selic da mínima histórica de 7,25 por cento e levou-a aos atuais 11 por cento ao ano para combater a inflação. Mesmo assim, os índices de preços continuam pressionados, com o IPCA acumulando alta de 6,28 por cento nos 12 meses até abril, perto do teto da meta do governo, de 6,5 por cento. [ID:nL2N0NV0XX]

"Também agimos cedo e de forma considerável sobre a política monetária para enfrentar a pressão inflacionária doméstica, complementada pela política fiscal", afirmou o diretor.

Awazu afirmou que o Brasil está implementando reformas estruturais do lado da oferta, que devem ajudar o país a crescer mais, citando o programa de concessões de infraestrutura.

O diretor concluiu a apresentação afirmando que o Brasil enfrenta muitos desafios, mas tem grandes oportunidades de negócios, ressaltando que o atual momento da economia global "ainda é complexo".

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