China pune EUA e UE por prática antidumping a borracha importada
Investigações sobre importações de borracha foram iniciadas em agosto do ano passado
AFP
Publicado em 19 de abril de 2018 às 06h43.
Última atualização em 19 de abril de 2018 às 07h42.
Pequim - A China anunciou nesta quinta-feira medidas 'antidumping' para as importações de borracha sintética dos Estados Unidos, União Europeia (UE) e Cingapura, ao mesmo tempo que Pequim informou não ter conversado com Washington sobre a tensão comercial entre os dois países.
Uma investigação preliminar determinou que as exportações americanas, europeias e de Cingapura de borracha sintética (utilizada para a fabricação de produtos de consumo corrente) eram objeto de 'dumping', o que provocava um "prejuízo substancial" à indústria local, afirma um comunicado divulgado pelo ministério chinês do Comércio.
Como consequência, a partir de sexta-feira, as empresas chinesas que importam estes produtos terão que pagar uma taxa proporcional às margens de 'dumping' estimadas (entre 26% e 66,5% do valor importado), que cobriria as futuras taxas 'antidumping'.
Esta "sanção temporária" acontece em um momento de tensão comercial entre China e Estados Unidos, depois que o presidente Donald Trump ameaçou adotar tarifas de até 150 bilhões de dólares sobre as importações chinesas. Pequim promete adotar medidas de represália do mesmo nível.
O ministério chinês do Comércio afirmou nesta quinta-feira, no entanto, que até o momento não teve início nenhuma negociação entre as duas potências, ao contrário do que havia anunciado Trump na semana passada, quando o presidente americano celebrou as "formidáveis discussões" com Pequim sobre o assunto.
"Os dois países não iniciaram negociações bilaterais sobre a investigação dos Estados Unidos" a respeito das práticas chinesas em termos de propriedade intelectual, "nem tampouco sobre a lista americana de produtos chineses que podem ser taxados", afirmou Gao Feng, porta-voz do ministério chinês.