China protesta na OMC contra medidas antidumping de UE e EUA
Mesmo com a mudança de status, EUA, UE e Japão decidiram continuar aplicando medidas para proteger suas economias dos produtos chineses
AFP
Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 19h45.
A China recorreu à Organização Mundial do Comércio, nesta segunda-feira (12), para protestar contra as medidas antidumping aplicadas por Estados Unidos e União Europeia a seus produtos.
Quando a China entrou na OMC, em 2001, o acordo previa que o gigante asiático teria o status de economia de mercado passados 15 anos, prazo este que foi completado no domingo (11). Sem esse status, seus sócios podem aplicar importantes restrições comerciais aos produtos chineses.
Mesmo com a mudança de status, Estados Unidos, União Europeia e Japão decidiram continuar aplicando medidas para proteger suas economias dos produtos chineses a baixo custo.
Agora, a China pede que UE e EUA abandonem o sistema, chamado "país de substituição", que consiste em comparar o preço dos produtos chineses com os de outros países para determinar se a China vende seus produtos abaixo de seu preço de mercado.
"É lamentável que os Estados Unidos e a União Europeia não tenham respeitado seu compromisso" de dar à China o status de economia de mercado, disse o Ministério chinês do Comércio, em um comunicado.
"O recurso da China na OMC protegerá seus direitos e interesses jurídicos, assim como a equidade, a racionalidade e a legalidade das regras comerciais internacionais", acrescenta o texto.
A OMC confirmou em Genebra ter recebido, por parte de Pequim, uma demanda para abrir consultas com Estados Unidos e União Europeia. Essas consultas devem durar no mínimo 60 dias. Depois desse período, a China pode pedir a constituição de um painel.
Recentemente, o governo de Pequim afirmou que a recusa a conceder à China o status de economia de mercado é um exemplo de "protecionismo disfarçado".