Economia

China expressa confiança no euro à União Europeia

O banco central chinês seguirá comprando bônus dos governos da zona europeia, anunciaram nesta quarta-feira as autoridades do gigante asiático

Wen Jiabao pediu a UE que continue com os mercados abertos e coopere na troca de informações  (Getty Images)

Wen Jiabao pediu a UE que continue com os mercados abertos e coopere na troca de informações (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2012 às 11h57.

Pequim .- A China mantém a confiando no euro e o banco central seguirá comprando bônus dos Governos da zona europeia, anunciaram nesta quarta-feira as autoridades do gigante asiático ao concluir em Pequim a cúpula China-União Europeia.

'China apoia os esforços no problema da dívida da zona do euro e confia na moeda única e na economia do bloco', informou um porta-voz chinês após a reunião do presidente da China, Hu Jintao, com os presidentes do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Liu Weimin, ressaltou que a 14ª Cúpula Bilateral China-UE 'enviou sinal claro de que quer impulsionar a cooperação contra a crise, aprofundar a associação, impulsionar os desenvolvimentos respectivos e o crescimento sustentável global, injetando vitalidade às relações China-UE'.

Acrescentou que foram alcançados consensos importantes para cooperar em investimentos, comércio, ciência, pesquisa, inovação, energia, meio ambiente, proteção ambiental, urbanização e troca de pessoas.

Além de conversar com o presidente Hu, Van Rompuy e Barroso se reuniram nesta quarta com o vice-primeiro-ministro, Li Keqiang, antes de retornar a Bruxelas.

Prévio a visita ao Grande Palácio do Povo, os dirigentes europeus reivindicaram o valor internacional do euro, além da cooperação entre a UE e China em uma exposição sobre a moeda única na Universidade de Estudos Internacionais (UIBE, na sigla em inglês).

Conforme Barroso é importante para a China saber que 'na integração europeia não há um passo atrás.... O debate é como podemos ampliar nossa integração, por exemplo, no novo passo dado em direção à união fiscal que impõe maior disciplina'.

Por sua vez, o presidente do Banco Popular da China, Zhou Xiaochuan, expressou no ato inaugural da exposição sua confiança na moeda única e repetiu que a China 'está pronta para envolver-se mais nos esforços para resolver a crise da zona do euro'.


O presidente do órgão regulador reconheceu que o problema da dívida soberana europeia danifica as exportações chinesas por ser a UE o principal mercado para as exportações do país e sua primeira fonte de tecnologia.

'Continuaremos investindo em bônus governamentais europeus e nos implicaremos mais na solução da crise. Temos confiança no euro', reiterou.

Van Rompuy e Barroso pediram hoje em Pequim 'fair play' (jogo limpo) e melhor acesso ao mercado chinês para as empresas europeias estabelecidas na China e que enfrentam inúmeros obstáculos para competir com empresas locais em concorrências por contratos, além da falta de vigência da propriedade intelectual.

Como declarou ontem o primeiro-ministro, Wen Jiabao, 'as empresas europeias viram crescer os lucros no mercado chinês e projetam mais investimentos, pois há muitas oportunidades'.

'Daremos os passos necessários para atender as preocupações, para que as empresas estrangeiras gozem de tratamento nacional, assim como para melhorar a propriedade intelectual e o ambiente de investimento'. Sobre esse último ponto foi negociado um tratado, destacou.

Wen pediu a UE que continue com os mercados abertos e coopere na troca de informações para a cooperação, com o tratado bilateral de investimentos como 'uma sólida base'.

O presidente da Câmara China-UE de Comércio, Davide Cucino, afirmou na sessão da cúpula dedicada aos negócios que 'se a China desejar equilibrar sua economia aumentando o consumo doméstico, depender menos das exportações e abrir mais seu mercado, as economias de ambas as partes se aproximarão'.

'A crise na zona do euro demonstrou a interdependência e as maciças oportunidades de negócio e investimento acessíveis, mas para isso as partes precisam trabalhar juntas para não responder com protecionismo, ao contrário, abrindo mercados e contribuindo para avançar em direção à solução da atual crise', concluiu Cucino. 

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