China diz que novas sanções dos EUA violam normas internacionais
Os EUA acusam as instituições chinesas de estarem envolvidas em violações contra a minoria uigur e outros grupos muçulmanos
AFP
Publicado em 8 de outubro de 2019 às 10h36.
O governo chinês expressou nesta terça-feira seu "profundo mal-estar" diante das sanções dos Estados Unidos contra 28 entidades chinesas, acusadas de participar da repressão à minoria muçulmana uigur na região de Xinjiang e disse que as suspeitas "são infundadas".
"A China expressa seu profundo mal-estar e oposição firme", declarou o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Geng Shuang.
"Esta decisão viola as normas básicas das relações internacionais e prejudica os interesses chineses", acrescentou o porta-voz.
O Departamento de Comércio dos Estados Unidos anunciou na segunda-feira que colocou 28 entidades chinesas em sua lista negra por estarem envolvidas em violações de direitos humanos e violações contra a minoria uigur e outros grupos muçulmanos na região de Xinjiang.
Wilbur Ross, secretário de Comércio, anunciou a medida, que proíbe as entidades mencionadas de comprar produtos americanos, justificando que os Estados Unidos "não podem e não tolerarão a brutal repressão de minorias étnicas na China".
Os uigures, um grupo muçulmano de língua turca que vive em Xinjiang, estão sob vigilância rigorosa das autoridades de Pequim, que temem o separatismo e o islamismo.
Os defensores dos direitos humanos suspeitam que o governo chinês tenha colocado um milhão de pessoas em campos de "reeducação", principalmente das minorias uigures e cazaques.