Economia

Reajuste tributário ameaça volume de vendas, diz CervBrasil

Diretor disse que a alteração nos multiplicadores que define a tributação para cervejas pode afetar um crescimento do volume comercializado


	Garrafas de cerveja: "aumento na carga tributária é ofensor. Diminui espaço para as empresas trabalharem suas estratégias de preços ao consumidor", declarou Paulo de Tarso Petroni
 (Mike Fuentes/Bloomberg)

Garrafas de cerveja: "aumento na carga tributária é ofensor. Diminui espaço para as empresas trabalharem suas estratégias de preços ao consumidor", declarou Paulo de Tarso Petroni (Mike Fuentes/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2014 às 20h18.

São Paulo - Paulo de Tarso Petroni, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), que congrega as quatro maiores cervejarias do País - Ambev, Petrópolis, Brasil Kirin e Heineken - disse que a alteração nos multiplicadores que define a tributação de IPI, PIS e Cofins para cervejas pode afetar um crescimento do volume comercializado no ano.

"O aumento na carga tributária é ofensor. Diminui espaço para as empresas trabalharem suas estratégias de preços ao consumidor", declarou, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, reiterando que, pelo cenário de pressão de custos, fica difícil para a indústria absorver sozinha esse novo ônus.

"Cada empresa vai trabalhar sua política de preços", disse, sem falar em um porcentual médio de reajustes nos valores do produto vendido ao consumidor. O governo disse nesta terça-feira, 1, que a alteração de 1,5 ponto porcentual no multiplicador terá impacto de 0,4% no preço dos produtos.

"Na maioria dos casos, o impacto será de R$ 0,01 por embalagem", projetou o secretário executivo adjunto do Ministério da Fazenda, Dyogo Oliveira. Analistas do Credit Suisse, porém, disseram que, em conversa com a Ambev, a fabricante estimou um aumento imediato de 1% a 1,5% nos preços das cervejas vendidas por ela no varejo.

Em 2013, por conta da incidência de aumento da carga tributária do ano anterior, alta nas cotações de matérias-primas e alguns fatores macroeconômicos adversos, o setor de cervejas teve queda de 2,6% em volume.

"O primeiro trimestre foi muito bom. Tivemos as altas temperaturas que ajudaram no consumo da bebida, mas não houve repasse de tributos nos valores, porque não houve o aumento previsto para outubro. Queremos continuar o diálogo com o governo para que a pujança e o ciclo virtuoso do mercado continue", declarou Petroni, lembrando que há um novo aumento de tributos agendado em outubro. "Da nossa parte, continuamos mantendo nossos investimentos", ressaltou.

Acompanhe tudo sobre:bebidas-alcoolicasCervejasImpostosLeão

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação