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Centrais se opõem a idade mínima na Previdência

Eles também não concordam em igualar as regras de acesso para homens e mulheres

Previdência Social: centrais também não concordam em igualar as regras de acesso para homens e mulheres (.)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2016 às 21h33.

Brasília - As centrais sindicais que discutem com o governo a proposta de reforma da Previdência são contra estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria e também não concordam em igualar as regras de acesso para homens e mulheres.

Esses são obstáculos que o governo buscará superar na reunião marcada para a próxima terça feira, 28, no Palácio do Planalto.

"A elevação da idade prejudica a população mais pobre", afirmou o diretor financeiro da Central Geral de Trabalhadores do Brasil (CGTB), Juvenal Pedro Cim.

Os jovens de baixa renda, explicou ele, começam a trabalhar mais cedo do que a média das pessoas que ingressam no mercado de trabalho, atualmente em 22 anos. "Essa idade é a em que as pessoas mais qualificadas começam a trabalhar" disse.

"Do jeito que o governo faz, parece que o déficit da Previdência é culpa do trabalhador" , comentou Miguel Torres, dirigente da Força Sindical. A central considera que a adoção da fórmula 85/95 já resolveu a questão da idade mínima. Do ponto de vista do governo, porém, ela é insuficiente.

A ideia de aproximar a regra de acesso à aposentadoria de homens e mulheres, outro pilar da reforma pretendida pelo governo, também não agrada.

"Do ponto de vista da demografia e da longevidade, essa ideia pode fazer sentido", afirmou o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. "Mas enquanto não houver igualdade de oportunidades, sou contra."

O governo dispõe de dados segundo os quais a diferença salarial entre homens e mulheres que estão ingressando agora no sistema é de apenas 1%.

Mas os sindicalistas apontam para outros fatores que colocam as mulheres numa situação diferente, como a jornada tripla de trabalho, a discriminação e o assédio.

Como linha geral, as centrais que negociam com o governo sugerem a adoção de medidas que não prejudiquem o trabalhador, como a tributação do agronegócio, a reversão das desonerações, o fim de isenções dadas a entidades filantrópicas e a criação de um Refis mais atraente, que permita recuperar rapidamente um estoque de R$ 236 bilhões em dívidas com a Previdência Social.

Elas entendem que, com a adoção dessas medidas, o rombo ficará menor. Aí será hora de discutir a reforma, sem a necessidade de medidas tão duras. A UGT tem ainda uma proposta à parte, que é criar uma contribuição semelhante à CPMF para financiar a Previdência. "Mas seria um incentivo à formalização, porque a conta salário seria isenta", explicou Patah.

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Brasília - As centrais sindicais que discutem com o governo a proposta de reforma da Previdência são contra estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria e também não concordam em igualar as regras de acesso para homens e mulheres.

Esses são obstáculos que o governo buscará superar na reunião marcada para a próxima terça feira, 28, no Palácio do Planalto.

"A elevação da idade prejudica a população mais pobre", afirmou o diretor financeiro da Central Geral de Trabalhadores do Brasil (CGTB), Juvenal Pedro Cim.

Os jovens de baixa renda, explicou ele, começam a trabalhar mais cedo do que a média das pessoas que ingressam no mercado de trabalho, atualmente em 22 anos. "Essa idade é a em que as pessoas mais qualificadas começam a trabalhar" disse.

"Do jeito que o governo faz, parece que o déficit da Previdência é culpa do trabalhador" , comentou Miguel Torres, dirigente da Força Sindical. A central considera que a adoção da fórmula 85/95 já resolveu a questão da idade mínima. Do ponto de vista do governo, porém, ela é insuficiente.

A ideia de aproximar a regra de acesso à aposentadoria de homens e mulheres, outro pilar da reforma pretendida pelo governo, também não agrada.

"Do ponto de vista da demografia e da longevidade, essa ideia pode fazer sentido", afirmou o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah. "Mas enquanto não houver igualdade de oportunidades, sou contra."

O governo dispõe de dados segundo os quais a diferença salarial entre homens e mulheres que estão ingressando agora no sistema é de apenas 1%.

Mas os sindicalistas apontam para outros fatores que colocam as mulheres numa situação diferente, como a jornada tripla de trabalho, a discriminação e o assédio.

Como linha geral, as centrais que negociam com o governo sugerem a adoção de medidas que não prejudiquem o trabalhador, como a tributação do agronegócio, a reversão das desonerações, o fim de isenções dadas a entidades filantrópicas e a criação de um Refis mais atraente, que permita recuperar rapidamente um estoque de R$ 236 bilhões em dívidas com a Previdência Social.

Elas entendem que, com a adoção dessas medidas, o rombo ficará menor. Aí será hora de discutir a reforma, sem a necessidade de medidas tão duras. A UGT tem ainda uma proposta à parte, que é criar uma contribuição semelhante à CPMF para financiar a Previdência. "Mas seria um incentivo à formalização, porque a conta salário seria isenta", explicou Patah.

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