Economia

CE e FAO sublinham importância da agricultura familiar

A Comissão Europeia (CE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura destacaram a importância da agricultura familiar na sociedade


	Agricultor em Cuba: "temos que ver de que maneira a agricultura familiar pode ter um papel no mundo econômico",  disse o comissário europeu de Agricultura
 (Getty Images)

Agricultor em Cuba: "temos que ver de que maneira a agricultura familiar pode ter um papel no mundo econômico",  disse o comissário europeu de Agricultura (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 29 de novembro de 2013 às 13h46.

Bruxelas - A Comissão Europeia (CE) e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) destacaram nesta sexta-feira a importância da agricultura familiar não só para a produção de alimentos, mas também como motor de integração social e de preservação do meio ambiente.

"Temos que ver de que maneira a agricultura familiar pode ter um papel no mundo econômico, dar alimentos para o planeta, dar estabilidade política, salvaguardar a biodiversidade e os recursos naturais", disse o comissário europeu de Agricultura, Dacian Ciolos, em entrevista coletiva ao lado do diretor-geral da FAO, o brasileiro José Graziano da Silva.

A Comissão organiza nesta sexta-feira em Bruxelas uma conferência sobre agricultura familiar como primeira contribuição comunitária em um ano internacional (2014) no qual as Nações Unidas dedicarão esse tema, em uma reunião que teve participantes do todo o mundo.

Silva disse que as "múltiplas facetas" deste estilo de agricultura, essencial desde seu ponto de vista não só no terreno da alimentação, mas também no terreno do meio-ambiente.

O diretor lembrou que no ano internacional da agricultura familiar que foi inaugurado pela FAO na semana passada em Nova York, a organização nomeou os embaixadores especiais que promoverão essa iniciativa.

Ciolos destacou em seu discurso na conferência que a agricultura familiar representa mais de 80% das explorações no mundo, ou seja, cerca de 500 milhões.

"O mundo é alimentado por agricultores familiares", enfatizou.


O comissário disse que há diferentes tipos de agricultura familiar, desde a de subsistência até a orientada ao mercado, baseada em tecnologias modernas, uma diversidade que "é um trunfo".

O comissário deixou claro que, apesar da diversidade de estruturas agrícolas que há na UE, o modelo familiar continua sendo o central.

"Temos no seio da Política Agrícola Comum (PAC) um enfoque pluridisciplinar quando falamos da agricultura familiar, um enfoque meio ambiental, social. Temos que saber mais sobre o que fornece à sociedade", comentou sobre um tipo de agricultura que "estrutura" a vida rural.

Nesse contexto, Ciolos indicou que a reforma da PAC recentemente aprovada pela UE "vai na linha de apoiar as explorações familiares, mas não mantê-las de maneira artificial", mas de "apoiar sua modernização sustentável".

Ao mesmo tempo, o comissário disse que ao longo do ano internacional da agricultura familiar, a UE está interessada em realizar ações de cooperação com o resto do mundo, com os países mais pobres, entorno a temas como a segurança alimentar, e apontou nesse sentido que deve visitar Senegal e Gana em breve.

Sobre a conferência ministerial que a Organização Mundial do Comércio (OMC) realizará a próxima semana em Bali, tanto Ciolos como Silva confiaram em que se possa fechar um acordo "mínimo".

"Há grande expectativa que possa ter um acordo mínimo. As grandes expectativas costumam desembocar em um mal acordo, mas melhor um mal acordo que nada. É necessário um acordo em Bali", destacou o diretor-geral da FAO.

Ciolos pediu que todos os países contribuam para conseguir uns resultados que vão "em favor do interesse geral", e se mostrou confiante que se possa conseguir um acordo sobre facilitação do comércio.

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