Economia

CCJ do Senado aprova relatório da reforma da Previdência

Texto passou na comissão com 18 votos a 7 e apenas destaque sobre pensão por morte foi aprovado; texto seguirá agora para o plenário

senado (Pedro França/Agência Brasil)

senado (Pedro França/Agência Brasil)

BC

Beatriz Correia

Publicado em 4 de setembro de 2019 às 17h05.

Última atualização em 4 de setembro de 2019 às 19h19.

São Paulo — A Comissão de Constituição e Justiça do Senado Federal aprovou na tarde desta quarta-feira, 4, o relatório do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) ao texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência.  A PEC foi aprovada em votação nominal por 18 votos a 7.

Agora os senadores vão examinar os destaque de votação em separado, que tratam de pedidos de retirada de partes do texto do relator.

O parecer aprovado nesta quarta pelos senadores prevê uma economia de R$ 870 bilhões em 10 anos, representando uma redução se comprado à proposta que passou pela Câmara dos Deputados, que mantinha R$ 933,5 bilhões de economia no mesmo período.

Esse é o primeiro teste do texto da reforma no Senado. Depois das emendas, a proposta precisará ter o aval de ao menos 49 dos 81 senadores no plenário da Casa, em dois turnos de votação.

Emendas

A comissão aprovou, por votação simbólica, a emenda 483 que determina que a pensão por morte não possa ser inferior a um salário mínimo. Essa emenda já contava com parecer favorável de Tasso Jereissati.

Senadores rejeitaram por 16 votos a 9 o destaque do PSD que reduzia a idade mínima final de aposentadoria em dois anos para mulheres (de 62 para 60 anos) e três anos para homens (de 65 para 62).

A comissão também rejeitou por 13 votos 12 o destaque do PDT que buscava manter o abono salarial para todos trabalhadores que recebem até dois salários mínimos. Já a reforma restringe o pagamento a quem recebe até R$ 1.364,43 por mês.

Foi necessário o voto de desempate da presidente do colegiado, Simone Tebet (MDB-MS), para rejeitar o destaque.

O relator da reforma, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), deu parecer contrário ao destaque, alegando uma perda de economia de R$ 90 bilhões em dez anos. Ele disse ainda que esse tema será tratado na PEC paralela e rebateu críticas de outros parlamentares.

"A PEC paralela não é nenhuma balela, processo legislativo que é assim. Todos os projetos da Câmara vêm para o Senado e todos os projetos do Senado vão para Câmara, não é balela isso, é o processo legislativo que é assim", afirmou.

Os senadores também rejeitaram, por 13 votos a 12, o destaque do PROS que buscava retirar o sistema de pontos (idade mínima, tempo de contribuição e tempo de serviço) para aposentadorias especiais por agentes nocivos.

A Comissão no Senado rejeitou ainda, por 15 votos a 10, o primeiro destaque do PT à reforma da Previdência, que buscava retirar a exigência de um pedágio sobre o tempo que falta para se aposentar na transição da reforma. O texto prevê um pedágio de 100% sobre o tempo que falta para a aposentadoria.

Segundo Jereissati,  a retirada do pedágio teria um impacto de cerca de R$ 109 bilhões na economia prevista com a reforma em dez anos.

O segundo destaque do PT também foi rejeitado. A emenda pedia a votação em separado da emenda 485, que busca reduzir de 20 para 15 anos o tempo mínimo de contribuição para os novos trabalhadores do sexo masculino. Para os homens estão no mercado de trabalho atualmente, a reforma já prevê tempo mínimo de contribuição de 15 anos.

Já o terceiro destaque do PT pedia a votação em separado da emenda 491, que mantém o atual cálculo da média salarial para o recebimento da aposentaria. A reforma estabelece que os trabalhadores receberão 60% da média após 20 anos de contribuição, chegando a 100% apenas após 40 anos de contribuição. Proposta também não foi aprovada por parlamentares.

O destaque da Rede, último a ser analisado e também rejeitado, pedia a votação em separado da emenda 391, que mantém o cálculo atual das pensões por morte. A reforma estabelece o recebimento inicial de 50% do valor do benefício, com acréscimos conforme a quantidade de dependentes.

PEC Paralela

Nesta quarta, os parlamentares também fecharam um acordo para acelerar a tramitação da chamada PEC Paralela, que vai conter as alterações à reforma da Previdência.

O acordo permitirá que as duas propostas já sejam direcionadas ao plenário. A PEC paralela deve sair da CCJ com relatoria da comissão, uma manobra para não precisar seguir o trâmite completo de uma proposta de mudança à Constituição. No plenário, a relator pode ser novamente o senador Tasso.

(Com Estadão Conteúdo e Agência Senado)

Acompanhe tudo sobre:Reforma da PrevidênciaSenado

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor