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Casamenteiro à moda antiga

O grupo Matel promove a aproximação entre potenciais vendedores e compradores de carros usados

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h00.

O empresário Eduardo Ribeiro dos Santos está à frente do grupo Matel, especializado na promoção de feiras de veículos usados. Mas diz que não tem o menor talento para vender carros. "Quando preciso negociar algum, entrego para outra pessoa", diz Santos. "Meu negócio é promover o encontro entre quem entende disso." A Matel oferece espaço a esses encontros há 30 anos e se consolidou como casamenteira no setor. Seu maior evento é a Feira Livre do Automóvel, realizada em cinco versões na Grande São Paulo (Parque Anhembi, Shopping ABC, Centro Cívico Mogi, Ceagesp e Big São Miguel). Os eventos reúnem anualmente 1,9 milhão de visitantes, 500 000 carros e respondem por quase 20% das vendas do mercado de usados na região metropolitana. Movimentam 1,5 bilhão de reais.

Em abril deste ano, os encontros da Matel ganharam uma versão mais charmosa: o Autoshow Veículos Antigos e Especiais. A mostra ocupou o espaço deixado pela extinta feira de carros antigos realizada no estacionamento do Estádio do Pacaembu. Todas as terças-feiras, transforma o Sambódromo numa passarela para desfiles temáticos de veículos usados cobiçados por colecionadores. Por lá já desfilaram Mercedes-Benz que marcaram época e Opalas originais. No pátio, peças que os mais jovens não viram nem no cinema: o compacto Romi-Isetta, dos anos 50, e o Gurgel, da década 80. Fuscas e Brasílias intactos vêm até com o manual do proprietário original. As estrelas da festa são selecionadas por um comitê com representantes de 25 clubes de carros antigos. O grupo tem experiência para reconhecer as melhores relíquias -- peças de museu que não estão à venda.

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Boa parte do Sambódromo, no entanto, abriga fileiras de modelos com 30 anos de estrada e preços de mercado de usados nobres. Um Mustang branco, ano 67, com bancos de couro vermelho, custa 25 000 reais. Um Mercedes prata, ano 74, sai por 15 000 reais. "Mais que promover vendas, queremos que o Autoshow seja um lugar de referência para os colecionadores e uma opção agradável de passeio para os paulistanos", diz Santos. O público corresponde às expectativas. As primeiras edições receberam 3 000 visitantes. A média hoje fica em 12 000 pessoas. Eventos mais concorridos, como a mostra de Cadillacs, chegaram a atrair 17 000 pessoas.

A curiosidade e o desejo de ver colecionáveis sobre quatro rodas ajudaram a elevar os resultados do grupo num ano complicado para o setor automotivo. Dados da Assovesp, entidade que reúne revendedores de usados independentes, indicam até outubro queda acumulada de 20% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. O faturamento do Matel, no entanto, está estimado neste ano em 15,5 milhões de reais, 12,5% mais que no ano passado.

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