Economia

Captações externas no segundo semestre estão comprometidas

que no momento já têm preocupações de sobra em seus países. Títulos americanos Além das fronteiras nacionais, o mercado se agita com os lançamentos de títulos do Tesouro dos Estados Unidos (treasures). Considerados os papéis mais seguros do mundo, as treasures vêm oferecendo um retorno maior e pressionam os papéis de países emergentes, encarecendo as […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h04.

que no momento já têm preocupações de sobra em seus países.

Títulos americanos

Além das fronteiras nacionais, o mercado se agita com os lançamentos de títulos do Tesouro dos Estados Unidos (treasures). Considerados os papéis mais seguros do mundo, as treasures vêm oferecendo um retorno maior e pressionam os papéis de países emergentes, encarecendo as captações de governos e de empresas. Nesta quarta-feira (6/8), o rendimento das treasures teve outro dia de volatilidade a espera de um leilão no valor de 18 bilhões de dólares do governo americano, que também afetou os indicadores dos emergentes. Segundo divulgou a agência Reuters, a demanda pelos títulos de cinco anos foi 2,48 vezes superior à oferta e fizeram os preços dispararem, reduzindo o retorno dos títulos de 10 anos de 4,4% para 4,3%.

Na verdade, há mais dúvidas do que certezas em relação à recuperação da economia americana neste momento , diz Orlando Viscardi, gerente regional de ADRs para a América Latina do Citibank, que nos últimos dias acompanhou o mercado em Nova York . Mas os papéis americanos ainda são os mais seguros do mundo e estão pressionando os indicadores de mercados emergentes. Neste clima, o risco país sobe, os papéis se desvalorizam e os investidores pedem prêmios maiores para as economias instáveis. O Brasil, foco de desconfianças, fica em uma posição mais frágil e por uma razão simples: quanto maior for a percepção de risco em relação ao um país, mais complicado será para ele se posicionar entre os investidores internacionais.

Reformas

O clima de instabilidade está dando mostras da sua dimensão. A Câmara dos Deputados aprovou a reforma da Previdência em primeiro turno antecipadamente, na noite de terça-feira (5/8), com um resultado considerado satisfatório, mas os indicadores financeiros registraram grande oscilação durante à tarde desta quarta-feira (6/8): o risco Brasil quase foi a 900 000 pontos base, recuou e fechou a 886 000 pontos bases em alta de 5,72%. O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, teve outro dia de queda (-1,17%), ficando com 84,25% de seu valor de face. O mercado de câmbio acompanhou a rolagem de títulos cambiais do governo e pressionou para ter preços melhores. O governo recuou e trocou apenas 11% da dívida de 1,3 bilhão de dólares que vence dia 14. O dólar chegou a 3,06 reais, mas caiu para 3,05 reais, fechando com alta de 1,03%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) viveu um dia volátil, tendendo a baixa, e encerrou o pregão com uma queda de 1,31%.

O mérito do governo com a aprovação da reforma da Previdência em primeiro turno não foi precificado hoje pelo mercado, mas não poderá ser ignorado pelos agentes financeiros nas próximas semanas , diz Christopher Garman, analista da Tendêcias Consultoria Integrada. Afinal, o governo cedeu pouco e ganhou muito na votação . Uma das grandes vitórias (pouco observada pela maioria, mas de interesse para as instituições financeiras) foi a definição, no texto da reforma, de que os fundos de previdência complementar dos funcionários públicos devem ser de contribuição definida.

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