Economia

Canadá, México e EUA admitem dificuldade na renegociação do Nafta

Os três países afirmaram que avanços foram registrados ao longo das conversas, mas admitiram que ainda há dificuldades a serem superadas

Nafta: o representante americano aproveitou a oportunidade para questionar a decisão do governo canadense de apresentar uma ação na OMC contra os EUA (Carlos Jasso/Reuters)

Nafta: o representante americano aproveitou a oportunidade para questionar a decisão do governo canadense de apresentar uma ação na OMC contra os EUA (Carlos Jasso/Reuters)

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EFE

Publicado em 29 de janeiro de 2018 às 18h03.

Toronto - Canadá, México e Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira, ao término da sexta e penúltima rodada de renegociação do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta), que avanços foram registrados ao longo das conversas, mas admitiram que ainda há dificuldades a serem superadas.

A análise foi feita pelos principais líderes políticos na renegociação: a ministra de Relações Exteriores do Canadá, Chrystia Freeland, o secretário de Economia do México, Ildefonso Guajardo, e o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer.

Guajardo, que abriu as declarações, afirmou que a renegociação está em um "melhor momento" e que houve avanços na rodada. Mas também indicou que os trabalhos não foram fáceis, o que ficou claro quando chegou a vez de o representante americano analisar a rodada.

Lighthizer disse que a renegociação está progredindo "lentamente", ainda que tenha havido alguns avanços em Montreal. Na sequência, fez várias críticas ao Canadá, a quem acusou de apresentar propostas que só prejudicam a economia dos EUA.

O representante americano aproveitou a oportunidade para questionar a decisão do governo canadense de apresentar uma ação na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra os EUA pelo uso de subvenções compensatórias e medidas antidumping.

Lighthizer classificou a decisão como "sem precedentes" e que representa um "ataque" às leis comerciais dos EUA. Para ele, a ação beneficia a China e é contrária aos próprios interesses do Canadá.

Outro ponto criticado foi a proposta canadense para resolver um impasse na negociação sobre o setor automotivo. Segundo a imprensa local, o Canadá queria fossem considerados aspectos de propriedade intelectual, como componentes dos automóveis.

Apesar de a imprensa ter indicado um otimismo a americano com a proposta, Lighthizer descartou a ideia hoje, ao declarar que a modificação seria ainda pior dos que as regras já existentes.

Já Freeland evitou entrar na polêmica levantada por Lighthizer e disse que a ação apresentada pelo Canadá na OMC contra os EUA é um assunto independente da renegociação do Nafta.

A ministra também reconheceu que o Nafta é um tratado que precisa ser renovado, mas destacou que a renegociação precisa beneficiar os três países, e não só um, em uma clara referência aos EUA.

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