Roberto Campos Neto: "O BC não vai descansar enquanto não tiver certeza de que o crédito está fechando às empresas" (Amanda Perobelli/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de junho de 2020 às 17h28.
Última atualização em 23 de junho de 2020 às 17h52.
Questionado nesta terça-feira, 23, sobre a possibilidade de aumentar a emissão de moeda para enfrentar a crise decorrente da pandemia de covid-19, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, respondeu que "ainda há espaço para a política monetária atuar."
Mais cedo, o Banco Central reiterou, por meio da ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que eventual ajuste futuro na Selic (a taxa básica de juro) será apenas "residual."
Na semana passada, o colegiado do BC reduziu a Selic pela oitava vez consecutiva, em 0,75 ponto percentual, de 3% para 2,25% ao ano.
Profissionais do mercado financeiro avaliaram, na ocasião, que a mensagem do BC deixava aberta a possibilidade de novo corte da Selic no encontro marcado para 4 e 5 de agosto. Porém, a mensagem do BC seria de que a taxa básica poderia recuar 0,25 ponto percentual — este seria o "corte residual."
O presidente do Banco Central disse ainda algumas medidas anunciadas hoje pela autoridade monetária, como a otimização do uso de capital dos bancos, terão impacto grande na disponibilização de recursos para as menores firmas.
Mais cedo, ele admitiu que parte das medidas já tomadas pelo BC não foim utilizada em todo o seu potencial, mas alegou que o mesmo também aconteceu com os bancos centrais de outros países. "O BC não vai descansar enquanto não tiver certeza de que o crédito está fechando às empresas", garantiu.