Economia

Campos defende tributação diferenciada do etanol

O pré-candidato do PSB à Presidência defendeu uma tributação diferenciada entre o etanol e os combustíveis fósseis


	Campos: a diferenciação não terá impacto na carga tributária do país, disse
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Campos: a diferenciação não terá impacto na carga tributária do país, disse (Ueslei Marcelino/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2014 às 23h01.

São Paulo - O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, propôs nesta segunda-feira uma tributação diferenciada entre o etanol e os combustíveis fósseis e defendeu usar a receita resultante dessa diferenciação em investimentos na melhoria da mobilidade urbana nas cidades.

Em discurso para empresários do setor de etanol em São Paulo, o socialista também criticou as implicações das decisões tomadas pelo governo da presidente Dilma Rousseff nesta indústria e disse que, se eleito, tratará diretamente com o setor por entender que ele é “estratégico” para o país.

“Algo que precisa imediatamente ser resolvido é a diferença como se tributa o combustível fóssil e como se tributa o biocombustível. Quero assumir o compromisso de ser o presidente que vai voltar a tratar de maneira diferente o combustível fóssil do combustível de fonte renovável”, disse Campos, bastante aplaudido pelos empresários.

O socialista, prometeu, por outro lado, que essa diferenciação não terá impacto na carga tributária do país.

“Não estamos falando aqui de aumento na carga tributária. Não. Nós precisamos abrir essa janela para fazer a tributação diferenciada sem impacto na carga tributária”, disse.

Campos usou o seu discurso para responsabilizar o governo Dilma pela “crise severa” que afirmou existir no setor energético e especialmente no de etanol, e deu parte da receita para que a indústria sucroalcooleira saia da crise.

“O primeiro passo para sair da crise nós vamos dar em outubro”, disse numa referência ao mês em que será realizada a eleição. “A mudança que o povo quer não é a mudança para o passado. Não é a mudança que divide o Brasil.”

Sem mencionar o pré-candidato do PSDB, Aécio Neves, Campos disse que seus adversários já governaram o Brasil nos últimos 20 anos e voltou a bater na tecla que tem mais chances de vencer Dilma por vir da Região Nordeste, onde a presidente teve importante parcela de votos na eleição de 2010.

“Eu serei presidente da República. E serei presidente da República, inclusive, porque irei enfrentar as forças governistas no local em que ela mais teve importância e voto, que é no Nordeste brasileiro”, disse o ex-governador de Pernambuco.

“Quero deixar claro que, como presidente da República, vou tratar diretamente com as lideranças do setor”, prometeu.

O socialista defendeu ainda um governo que “aja de maneira correta na macroeconomia” e que respeite o centro da meta de inflação, que atualmente é de 4,5 por cento ao ano.

No governo Dilma, o parâmetro oficial do governo, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tem ficado perto do teto da meta, que é de 6,5 por cento ao ano.

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