Economia

Calor e queda de preço dão impulso para produção de cerveja

Crise derrubou produção em grande parte do ano, mas agosto teve reação; para associação do setor, calor foi o responsável

Cerveja (Thinkstock)

Cerveja (Thinkstock)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 16 de setembro de 2015 às 19h08.

São Paulo - A produção de cerveja no Brasil cresceu em agosto, de acordo com a CervBrasil (Associação Brasileira da Indústria da Cerveja).

Foram produzidos 1,09 bilhão de litros de cerveja no mês, uma alta de 6,2% em relação ao mês anterior e de 5,6% em relação a agosto do ano passado.

Foi o primeiro mês de 2015 que teve alta em relação a 2014 desde janeiro, quando a produção subiu 0,6%. A queda anualizada chegou a 12,8% em abril e 10,5% em maio; no acumulado de 2015, a produção total ainda está 3,8% abaixo de 2014.

A realização da Copa do Mundo no Brasil deu forte impulso para a produção de cerveja no ano passado, quando 8 dos 12 meses tiveram alta anualizada.

Mas agosto não foi um deles. Neste ano, a produção no mês "foi beneficiada, sobretudo, pelas altas temperaturas registradas no período de inverno, o que é atípico", diz Paulo Petroni, diretor-executivo da CervBrasil.

Também contribuiu o fato de que a inflação do produto não está tão forte. No acumulado de 2015 entre janeiro e agosto, o preço da cerveja em domicílio caiu -0,2% enquanto o da cerveja fora de domicílio subiu 7,1%. 

Isso deixou a inflação final do produto em 4,5% entre janeiro e agosto - abaixo do IPCA geral (7,1%) e da categoria Alimentos e Bebidas (7,3%) no mesmo período, apesar dos aumentos de tributos em vigor desde maio.

O cenário econômico desafiador e a forte base de comparação de 2014 também não impediram o lucro líquido da Ambev de crescer 27% no segundo trimestre.

Já a produção de refrigerantes no Brasil teve sete meses consecutivos de queda na comparação anual, de acordo com dados preliminares do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal.

No acumulado de janeiro até agosto, a produção foi de 9,34 bilhões de litros, queda de 6,49% em relação a 2014.

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