Economia

Brasil quer parceria com Índia para transformar etanol em commodity

De acordo com o ministro, a cooperação é estratégica, porque a Índia possui o mercado energético que mais cresce no mundo

Índia: comitiva brasileira está na Índia para tentar acelerar acordo entre os dois países (Clauber Cleber Caetano/PR/Flickr)

Índia: comitiva brasileira está na Índia para tentar acelerar acordo entre os dois países (Clauber Cleber Caetano/PR/Flickr)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de janeiro de 2020 às 13h11.

Última atualização em 24 de janeiro de 2020 às 13h28.

O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse acreditar em parceria entre o Brasil e a Índia para transformar o etanol em uma commodity global. O ministro participou nesta quinta-feira (23) de seminário sobre oportunidades de negócios entre os dois países nas áreas de energia e mineração, em Nova Dhéli, na Índia.

"O Brasil é o maior produtor de etanol de cana-de-açúcar no mundo. A Índia é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar e acho que nós devemos e podemos cooperar nesse âmbito", disse o ministro em entrevista à TV Brasil. "Essa cooperação envolve o desenvolvimento de tecnologias e o propósito disto vai beneficiar a todos. É o etanol, o biocombustível, se tornando uma commodity internacional", acrescentou.

De acordo com o ministro, a cooperação entre os dois países é estratégica, porque a Índia possui o mercado energético que mais cresce no mundo e deve se tornar o principal importador mundial de energia nos próximos anos. O país asiático importa 80% do petróleo que consome, e um dos seus exportadores é o Brasil. O produto é o item de maior peso no comércio bilateral dos dois países.

"O Brasil já tem essa relação com a Índia e desde o ano passado nos tornamos exportadores de petróleo, nossa produção está aumentando, vai continuar a aumentar e achamos que a importação da Índia nos próximos anos vai crescer. Até porque a índia será o maior importador de energia do mundo", afirmou.

Ministro R.K. Singh no Seminário de Energia e Mineração, em Nova Délhi: "No setor de energia, nenhum outro país crescerá mais rápido do que a Índia. O Brasil também está crescendo em ritmo acelerado. Nós de certa forma compartilhamos o mesmo DNA. Precisamos nos unir ainda mais."

O evento teve ainda a participação da ministra da Agricultura, Tereza Cristina e do ministro de Energia e de Recursos Novos e Renováveis da Índia, Raj Kumar. Durante a passagem do ministro pela Índia, o governo brasileiro vai firmar três memorandos de entendimento nos setores de petróleo, gás e biocombustíveis; energias renováveis (como solar, eólica) e mineração.

"Estamos falando de dois países grandes, o Brasil é a nona economia do mundo, a índia é a quinta. Temos complementaridades imensas nos setores de energia, petróleo, gás, biocombustíveis, geração de energia solar, eólica, e também de biomassa e a mineração", disse Albuquerque.

O ministro destacou o interesse indiano em aumentar os investimentos no setor de energia no país. Atualmente, a Índia tem investimentos relacionados a transmissão de energia. Há a possibilidade de que as empresas indianas também passem a atuar no segmento de geração de energia.

Já no setor de mineração, o Brasil quer ampliar a exportação de ouro para a Índia. "Já exportamos ouro para a Índia e podemos aumentar muito mais essa cooperação. A Índia tem cerca de 95 commodities minerais e o Brasil cerca de 80. Temos muito a aprender e trocar com esse setor", disse o ministro.

Dados do ministério mostram que o setor mineral, fechou 2019 com superávit de US$ 21,9 bilhões, somando exportações de US$ 46,5 bilhões e importações de US$ 24,6 bilhões. No total das exportações do país, o setor representou 20,8% dos US$ 224 bilhões em bens exportados pelo país.

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