Brasil pode retomar 'arsenal anticrise'
De acordo com o Ministério da Fazenda, impasse sobre a elevação do teto da dívida americana reforçou a necessidade de medidas pesadas para defender a economia brasileira
Da Redação
Publicado em 7 de agosto de 2011 às 10h05.
Brasília - Um eventual rebaixamento da nota de risco de crédito dos EUA e suas graves consequências para a economia global já vinham sendo considerados pela equipe econômica do governo do Brasil nas reuniões que deram formato final às medidas cambiais e de incentivo à produção nacional tomadas nas últimas duas semanas. Ainda assim, diante da concretização da revisão negativa pela agência Standard & Poors, na última sexta-feira, novas intervenções poderão ser feitas.
Na noite de ontem, estava prevista uma teleconferência de representantes dos governos do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) para discutir o agravamento da crise internacional.
De acordo com integrantes do Ministério da Fazenda, o impasse sobre a elevação do teto da dívida americana pelo Congresso, solucionado apenas no limite do prazo para se evitar um calote, reforçou a necessidade da tomada de medidas mais pesadas e amplas para defender a economia brasileira diante de um cenário internacional que remete cada vez mais à crise na qual o mundo mergulhou no fim de 2008.
O ministro Guido Mantega (Fazenda) só soube do anúncio da agência de rating no fim da noite de sexta-feira, ao chegar a São Paulo, procedente de Lima, no Peru, onde se reuniu com os demais ministros de finanças do continente sul-americano para discutir estratégias conjuntas para o enfrentamento da turbulência global.
A avaliação na pasta é de que, com o rebaixamento de fato da nota dos EUA pela S&P, as incertezas nos mercados devem se agravar ainda mais nos próximos dias, com potencial de se espalharem rapidamente para outros países.
Tanto que Mantega deve reunir sua equipe logo na segunda-feira para analisar a situação e planejar novas ações que possam blindar o País contra um novo aumento da especulação, que tende a desaguar na entrada de mais dólares no País.
"Temos que tomar precauções para proteger a nossa economia, mas vamos ter que dar um jeito de não deixar o País parar", afirmou um assessor de Mantega. Ele destacou que as últimas medidas de controle de contratos derivativos (no mercado futuro) criaram instrumentos importantes para conter a variação cambial, mas lembrou que tão importantes como as ações de defesa são as medidas de estímulo a setores cruciais da economia, incluídas no chamado Plano Brasil Maior.
Esse cordão de isolamento se faz necessário porque, como o próprio ministro estima, as crises fiscais que se arrastam nos EUA e principalmente na Europa ainda devem impedir o crescimento da economia mundial nos próximos dois ou três anos. Por isso, avalia a fonte, Mantega poderá ter que lançar mão de seu propalado "arsenal de medidas", inclusive repetindo parte das ações de estímulo adotadas na crise de crédito que estourou no fim de 2008. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Brasília - Um eventual rebaixamento da nota de risco de crédito dos EUA e suas graves consequências para a economia global já vinham sendo considerados pela equipe econômica do governo do Brasil nas reuniões que deram formato final às medidas cambiais e de incentivo à produção nacional tomadas nas últimas duas semanas. Ainda assim, diante da concretização da revisão negativa pela agência Standard & Poors, na última sexta-feira, novas intervenções poderão ser feitas.
Na noite de ontem, estava prevista uma teleconferência de representantes dos governos do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) para discutir o agravamento da crise internacional.
De acordo com integrantes do Ministério da Fazenda, o impasse sobre a elevação do teto da dívida americana pelo Congresso, solucionado apenas no limite do prazo para se evitar um calote, reforçou a necessidade da tomada de medidas mais pesadas e amplas para defender a economia brasileira diante de um cenário internacional que remete cada vez mais à crise na qual o mundo mergulhou no fim de 2008.
O ministro Guido Mantega (Fazenda) só soube do anúncio da agência de rating no fim da noite de sexta-feira, ao chegar a São Paulo, procedente de Lima, no Peru, onde se reuniu com os demais ministros de finanças do continente sul-americano para discutir estratégias conjuntas para o enfrentamento da turbulência global.
A avaliação na pasta é de que, com o rebaixamento de fato da nota dos EUA pela S&P, as incertezas nos mercados devem se agravar ainda mais nos próximos dias, com potencial de se espalharem rapidamente para outros países.
Tanto que Mantega deve reunir sua equipe logo na segunda-feira para analisar a situação e planejar novas ações que possam blindar o País contra um novo aumento da especulação, que tende a desaguar na entrada de mais dólares no País.
"Temos que tomar precauções para proteger a nossa economia, mas vamos ter que dar um jeito de não deixar o País parar", afirmou um assessor de Mantega. Ele destacou que as últimas medidas de controle de contratos derivativos (no mercado futuro) criaram instrumentos importantes para conter a variação cambial, mas lembrou que tão importantes como as ações de defesa são as medidas de estímulo a setores cruciais da economia, incluídas no chamado Plano Brasil Maior.
Esse cordão de isolamento se faz necessário porque, como o próprio ministro estima, as crises fiscais que se arrastam nos EUA e principalmente na Europa ainda devem impedir o crescimento da economia mundial nos próximos dois ou três anos. Por isso, avalia a fonte, Mantega poderá ter que lançar mão de seu propalado "arsenal de medidas", inclusive repetindo parte das ações de estímulo adotadas na crise de crédito que estourou no fim de 2008. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.