Brasil fecha 2014 com 1º déficit comercial desde 2000
A balança comercial brasileira encerrou 2014 com o pior resultado em 16 anos e o primeiro déficit anual desde 2000
Da Redação
Publicado em 5 de janeiro de 2015 às 22h52.
Brasília - A balança comercial brasileira encerrou 2014 com o pior resultado em 16 anos e o primeiro déficit anual desde 2000, em meio ao recuo dos preços de commodities e um cenário externo menos favorável.
Em 2014, o Brasil teve déficit comercial de 3,93 bilhões de dólares, ante superávit revisado de 2,384 bilhões de dólares em 2013.
Foi o pior resultado desde 1998, quando o saldo ficou negativo em 6,6 bilhões de dólares, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta segunda-feira.
As exportações somaram 225,1 bilhões de dólares no ano passado, em queda de 7 por cento ante 2013, enquanto as importações recuaram 4,4 por cento, a 229,03 bilhões de dólares. O secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, disse que o resultado do ano foi influenciado principalmente por três fatores: queda dos preços das commodities; cenário internacional desfavorável; e a conta petróleo ainda deficitária. Segundo o secretário, se os preços das commodities tivessem se mantido no mesmo patamar de 2013, o Brasil teria fechado 2014 com saldo positivo. "Em função dos preços negativos em 2014, deixou-se de aferir 11,3 bilhões de dólares em exportações", disse Godinho. Para este ano, a expectativa é que o Brasil volte a registrar superávit, disse Godinho, que evitou fazer uma projeção. No ano passado, as exportações de produtos básicos recuaram 3,1 por cento, para 109,5 bilhões de dólares, com destaque para o recuo de 20,5 por cento no valor arrecadado com minério de ferro, principal produto da pauta brasileira de exportações.
A queda nas exportações de produtos industrializados foi de 11,5 por cento, a 109,3 bilhões de dólares, com destaque para o recuo de 13,7 por cento dos manufaturados. Entre as maiores quedas, destaque para as exportações de automóveis de passageiros (-41,8%), veículos de carga (-32,4%), aviões (-10,4 %) e autopeças (-22%). Os embarques para a Argentina, grande importador de produtos manufaturados brasileiros, principalmente do setor automotivo, recuaram 27 por cento em relação a 2013.
"Tivemos perda total de 5,3 bilhões de dólares com a queda de exportações para a Argentina, em função da recessão", disse Godinho, acrescentando que os Estados Unidos passaram a ser o maior importador de produtos manufaturados brasileiros. A China, grande consumidor de commodities, manteve o posto de principal parceiro comercial brasileiro no ano passado, apesar da queda de 11,8 por cento nos vendas brasileiras para o país asiático.
IMPORTAÇÕES EM QUEDA
Além de exportar menos, o Brasil também comprou menos no exterior no ano passado, em meia a uma economia praticamente estagnada. As importações de bens de capital recuaram 7,6 por cento, para 47,7 bilhões de dólares, enquanto as compras de matérias-primas e produtos intermediários recuaram 3,3 por cento, para 103 bilhões de dólares. As importações de bens de consumo recuaram 5,2 por cento, para 103 bilhões de dólares, com destaque para a queda de 15,5 por cento de automóveis. As importações de petróleo também caíram (-4,8%), mas mesmo assim a conta petróleo --saldo da importação e exportação de combustíveis e lubrificantes--continuou pesando, com um déficit de 16,6 bilhões de dólares, ante saldo negativo de 20,3 bilhões de dólares em 2013. Godinho disse que o governo espera uma redução no déficit da conta petróleo este ano, em função do menor preço internacional do petróleo e aumento de produção doméstica. A expectativa é que o câmbio também passe a ser um fator positivo para a balança comercial. "No agregado, o câmbio ainda não se mostrou decisivo para impulsionar as exportações brasileiras. Quando tivermos mais estabilidade do câmbio, teremos resultado mais direto nas exportações", disse.
DEZEMBRO
Em dezembro, o saldo da balança comercial ficou positivo em 293 milhões de dólares, depois de três meses seguidos de déficit. Mas o resultado veio abaixo do esperado em pesquisa da Reuters com economistas cuja mediana de 13 projeções apontava para superávit de 500 milhões de dólares no mês.
Brasília - A balança comercial brasileira encerrou 2014 com o pior resultado em 16 anos e o primeiro déficit anual desde 2000, em meio ao recuo dos preços de commodities e um cenário externo menos favorável.
Em 2014, o Brasil teve déficit comercial de 3,93 bilhões de dólares, ante superávit revisado de 2,384 bilhões de dólares em 2013.
Foi o pior resultado desde 1998, quando o saldo ficou negativo em 6,6 bilhões de dólares, informou o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior nesta segunda-feira.
As exportações somaram 225,1 bilhões de dólares no ano passado, em queda de 7 por cento ante 2013, enquanto as importações recuaram 4,4 por cento, a 229,03 bilhões de dólares. O secretário de Comércio Exterior, Daniel Godinho, disse que o resultado do ano foi influenciado principalmente por três fatores: queda dos preços das commodities; cenário internacional desfavorável; e a conta petróleo ainda deficitária. Segundo o secretário, se os preços das commodities tivessem se mantido no mesmo patamar de 2013, o Brasil teria fechado 2014 com saldo positivo. "Em função dos preços negativos em 2014, deixou-se de aferir 11,3 bilhões de dólares em exportações", disse Godinho. Para este ano, a expectativa é que o Brasil volte a registrar superávit, disse Godinho, que evitou fazer uma projeção. No ano passado, as exportações de produtos básicos recuaram 3,1 por cento, para 109,5 bilhões de dólares, com destaque para o recuo de 20,5 por cento no valor arrecadado com minério de ferro, principal produto da pauta brasileira de exportações.
A queda nas exportações de produtos industrializados foi de 11,5 por cento, a 109,3 bilhões de dólares, com destaque para o recuo de 13,7 por cento dos manufaturados. Entre as maiores quedas, destaque para as exportações de automóveis de passageiros (-41,8%), veículos de carga (-32,4%), aviões (-10,4 %) e autopeças (-22%). Os embarques para a Argentina, grande importador de produtos manufaturados brasileiros, principalmente do setor automotivo, recuaram 27 por cento em relação a 2013.
"Tivemos perda total de 5,3 bilhões de dólares com a queda de exportações para a Argentina, em função da recessão", disse Godinho, acrescentando que os Estados Unidos passaram a ser o maior importador de produtos manufaturados brasileiros. A China, grande consumidor de commodities, manteve o posto de principal parceiro comercial brasileiro no ano passado, apesar da queda de 11,8 por cento nos vendas brasileiras para o país asiático.
IMPORTAÇÕES EM QUEDA
Além de exportar menos, o Brasil também comprou menos no exterior no ano passado, em meia a uma economia praticamente estagnada. As importações de bens de capital recuaram 7,6 por cento, para 47,7 bilhões de dólares, enquanto as compras de matérias-primas e produtos intermediários recuaram 3,3 por cento, para 103 bilhões de dólares. As importações de bens de consumo recuaram 5,2 por cento, para 103 bilhões de dólares, com destaque para a queda de 15,5 por cento de automóveis. As importações de petróleo também caíram (-4,8%), mas mesmo assim a conta petróleo --saldo da importação e exportação de combustíveis e lubrificantes--continuou pesando, com um déficit de 16,6 bilhões de dólares, ante saldo negativo de 20,3 bilhões de dólares em 2013. Godinho disse que o governo espera uma redução no déficit da conta petróleo este ano, em função do menor preço internacional do petróleo e aumento de produção doméstica. A expectativa é que o câmbio também passe a ser um fator positivo para a balança comercial. "No agregado, o câmbio ainda não se mostrou decisivo para impulsionar as exportações brasileiras. Quando tivermos mais estabilidade do câmbio, teremos resultado mais direto nas exportações", disse.
DEZEMBRO
Em dezembro, o saldo da balança comercial ficou positivo em 293 milhões de dólares, depois de três meses seguidos de déficit. Mas o resultado veio abaixo do esperado em pesquisa da Reuters com economistas cuja mediana de 13 projeções apontava para superávit de 500 milhões de dólares no mês.