O secretário norte-americano do Tesouro: Jacob Lew ressaltou necessidade de gerar emprego e conseguir estabilidade no sistema financeiro global (GettyImages)
Da Redação
Publicado em 17 de março de 2014 às 21h09.
São Paulo - Os governos do Brasil e dos Estados Unidos se comprometeram nesta segunda-feira a trabalhar juntos para que a economia mundial se recupere da crise, segundo explicaram em São Paulo os responsáveis da pasta da Fazenda de ambos os países em entrevista coletiva em que não responderam perguntas de jornalistas.
Assim, o secretário de Estado do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob Lew ressaltou a necessidade de gerar emprego e conseguir estabilidade no sistema financeiro global e admitiu a existência ainda de desafios a ser enfrentados por ambas as economias.
"Discutimos como potencializar nossos investimentos. Nossa relação cresce porque está construída em valores comuns e o mercado entre nós é cada vez maior", declarou Lew em uma breve declaração junto ao ministro da Fazenda Guido Mantega.
Além disso, Lew pediu para continuar com a reforma do Fundo Monetário Internacional (FMI) para que o organismo "siga dando suporte de uma forma cada vez mais correta". Neste sentido, o ele fez referência à situação da Ucrânia e à possibilidade, como membro do FMI, de se acolher um pacote de ajudas econômicas.
"A ordem executiva do presidente (Barack Obama) de hoje sobre os atos provocativos de (Vladimir) Putin é muito séria, nos deu autoridade para impor medidas cautelares sobre os que operem no setor da federação russa assim como os que lhes deem apoio", enfatizou.
Conforme explicou Lew, a ação da Rússia na Ucrânia "já tem seus custos", e a atitude americana "demonstra o compromisso com a Ucrânia e contra os que minaram sua autoridade".
O americano assegurou que o governo de seu país está "determinado a realizar sanções políticas e econômicas". Já Mantega apontou que o Executivo brasileiro observou "melhoras na economia mundial, principalmente, nos Estados Unidos" que, segundo ele, está "mais avançado que a União Europeia" no caminho da recuperação.
"Essa recuperação é incipiente, mais lenta do que nos gostaria porque ainda não é suficiente para estimular a recuperação dos países emergentes", expressou Mantega que insistiu em que "ainda está em processo de transição e entrando em uma nova fase onde ocorrem ajustes que já foram assimilados pelo mercado".
No entanto, Mantega admitiu ter "alguma preocupação com os movimentos da China e outros países emergentes", sem dar detalhes sobre essas manobras, por isso considerou que o Brasil e os Estados Unidos têm que "trabalhar ainda mais juntos para enfrentar grandes desafios".