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Brasil deve recorrer à OMC contra tarifas dos EUA sobre aço

"A minha disposição é que a gente vá à OMC", disse o ministro, que pediu para a Camex analisar com urgência o caso envolvendo laminados a frio

Aço: a Comissão de Comércio Internacional dos EUA já acatou recomendação para aplicação de medida antidumping contra os laminados a frio do Brasil (Timothy Fadek/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2016 às 13h08.

São Paulo - O Brasil deverá recorrer à Organização Mundial do Comércio ( OMC ) contra a decisão dos Estados Unidos de elevar taxas sobre importações de aço laminado do país, afirmou à Reuters o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira.

"A minha disposição é que a gente vá à OMC", disse o ministro em entrevista à Reuters, explicando que pediu para a Câmara de Comércio Exterior (Camex) analisar com urgência o caso envolvendo laminados a frio em sua próxima reunião, ainda sem data marcada.

"Eu acredito que (a Camex) vai aprovar. O que eles estão fazendo lá não é legal", acrescentou.

Segundo o MDIC, a Comissão de Comércio Internacional dos EUA (ITC, na sigla em inglês) já acatou recomendação do Departamento de Comércio norte-americano para aplicação de medida antidumping contra os laminados a frio do Brasil.

O departamento decidiu a favor da imposição das tarifas em março deste ano.

Na avaliação dos EUA, o aço laminado a frio brasileiro está sendo subsidiado por programas de promoção às exportações como o Reintegra, que ressarce resíduos tributários na cadeia de produção aos exportadores.

O MDIC prevê a publicação dessa decisão final da ITC até quarta-feira, e um prazo de até 8 dias para emissão da ordem de cobrança para os exportadores brasileiros de aço laminado a frio, cujas vendas para os EUA somaram 285 milhões de dólares no ano passado.

O produto, produzido por empresas como Usiminas, CSN e ArcelorMittal, é majoritariamente exportado para as indústrias automotiva e de eletrodomésticos.

Para os laminados a frio, a ITC definiu tarifas contra subsídio de 11,31 por cento para a CSN e de 11,09 por cento para a Usiminas.

Na segunda-feira, a ITC também votou pela aplicação de taxas às exportações brasileiras de aço laminado a quente, que tem maior peso para a pauta comercial brasileira. No ano passado, os embarques do produto somaram 1 bilhão de dólares.

A ITC definiu tarifas contra subsídios sobre laminados a quente de 3,9 a 11,3 por cento contra a maior parte das siderúrgicas do Brasil e da Coreia do Sul.

As tarifas mais altas antidumping, de 34,3 por cento, foram impostas contra a Usiminas. Todas as outras siderúrgicas do Brasil terão pela frente tarifas de 33,1 por cento.

O ministério informou que também vai contestar na OMC a decisão da ITC sobre os laminados a quente.

Renovação de frota

Durante a entrevista, o ministro do MDIC disse que o governo segue estudando um programa de renovação da frota automotiva que a princípio incluirá caminhões, veículos leves e motos com mais de 30 anos, mas ponderou que ainda não há uma formatação concluída e que os trabalhos podem demorar mais que o inicialmente previsto.

"Gostaria de concluir os estudos este ano, para apresentar este ano e quiçá já começar o programa ano que vem. Mas como o tempo está passando tão rápido, eu não sei se a gente vai conseguir", admitiu.

Questionado sobre o posicionamento do MDIC a respeito de eventual mudança no Reintegra para diminuir os impactos do programa para as contas públicas, Pereira disse ser a favor da manutenção das alíquotas já fixadas na legislação para garantir previsibilidade às empresas.

Atualmente em 0,1 por cento num esforço para elevar as receitas tributárias, a alíquota do Reintegra --que devolve parte da receita obtida com exportações de produtos industrializados para compensar impostos acumulados-- subirá para 2 por cento em 2017, para voltar a 3 por cento em 2018.

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São Paulo - O Brasil deverá recorrer à Organização Mundial do Comércio ( OMC ) contra a decisão dos Estados Unidos de elevar taxas sobre importações de aço laminado do país, afirmou à Reuters o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira.

"A minha disposição é que a gente vá à OMC", disse o ministro em entrevista à Reuters, explicando que pediu para a Câmara de Comércio Exterior (Camex) analisar com urgência o caso envolvendo laminados a frio em sua próxima reunião, ainda sem data marcada.

"Eu acredito que (a Camex) vai aprovar. O que eles estão fazendo lá não é legal", acrescentou.

Segundo o MDIC, a Comissão de Comércio Internacional dos EUA (ITC, na sigla em inglês) já acatou recomendação do Departamento de Comércio norte-americano para aplicação de medida antidumping contra os laminados a frio do Brasil.

O departamento decidiu a favor da imposição das tarifas em março deste ano.

Na avaliação dos EUA, o aço laminado a frio brasileiro está sendo subsidiado por programas de promoção às exportações como o Reintegra, que ressarce resíduos tributários na cadeia de produção aos exportadores.

O MDIC prevê a publicação dessa decisão final da ITC até quarta-feira, e um prazo de até 8 dias para emissão da ordem de cobrança para os exportadores brasileiros de aço laminado a frio, cujas vendas para os EUA somaram 285 milhões de dólares no ano passado.

O produto, produzido por empresas como Usiminas, CSN e ArcelorMittal, é majoritariamente exportado para as indústrias automotiva e de eletrodomésticos.

Para os laminados a frio, a ITC definiu tarifas contra subsídio de 11,31 por cento para a CSN e de 11,09 por cento para a Usiminas.

Na segunda-feira, a ITC também votou pela aplicação de taxas às exportações brasileiras de aço laminado a quente, que tem maior peso para a pauta comercial brasileira. No ano passado, os embarques do produto somaram 1 bilhão de dólares.

A ITC definiu tarifas contra subsídios sobre laminados a quente de 3,9 a 11,3 por cento contra a maior parte das siderúrgicas do Brasil e da Coreia do Sul.

As tarifas mais altas antidumping, de 34,3 por cento, foram impostas contra a Usiminas. Todas as outras siderúrgicas do Brasil terão pela frente tarifas de 33,1 por cento.

O ministério informou que também vai contestar na OMC a decisão da ITC sobre os laminados a quente.

Renovação de frota

Durante a entrevista, o ministro do MDIC disse que o governo segue estudando um programa de renovação da frota automotiva que a princípio incluirá caminhões, veículos leves e motos com mais de 30 anos, mas ponderou que ainda não há uma formatação concluída e que os trabalhos podem demorar mais que o inicialmente previsto.

"Gostaria de concluir os estudos este ano, para apresentar este ano e quiçá já começar o programa ano que vem. Mas como o tempo está passando tão rápido, eu não sei se a gente vai conseguir", admitiu.

Questionado sobre o posicionamento do MDIC a respeito de eventual mudança no Reintegra para diminuir os impactos do programa para as contas públicas, Pereira disse ser a favor da manutenção das alíquotas já fixadas na legislação para garantir previsibilidade às empresas.

Atualmente em 0,1 por cento num esforço para elevar as receitas tributárias, a alíquota do Reintegra --que devolve parte da receita obtida com exportações de produtos industrializados para compensar impostos acumulados-- subirá para 2 por cento em 2017, para voltar a 3 por cento em 2018.

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