Brasil cresce abaixo de seu potencial, avalia Bradesco
O PIB, divulgou nesta quarta-feira o IBGE, cresceu 0,6% na comparação com o quarto trimestre do ano passado e 1,9% relativamente ao primeiro trimestre de 2012
Da Redação
Publicado em 29 de maio de 2013 às 13h51.
São Paulo - Para o diretor do Departamento de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco , Octavio de Barros, a variação do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deixa, "inequivocamente claro, que o Brasil está no mesmo ritmo da economia global".
O PIB, divulgou nesta quarta-feira, 29, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu 0,6% na comparação com o quarto trimestre do ano passado e 1,9% relativamente ao primeiro trimestre de 2012.
A variação na margem ficou próxima do piso de 0,55% das expectativas coletadas pelo AE Projeções, que tinham como teto uma variação de 1,2%.
Para Barros, como todos os países da América Latina, a economia brasileira cresce muitíssimo abaixo do seu potencial.
"A ideia de que o Brasil era o único que estava se recuperando foi totalmente enterrada. Se não fosse a agricultura, o PIB do primeiro trimestre possivelmente teria sido de 0%. Esses dados vão obrigar todo mundo a revisar para baixo o PIB do ano, e possivelmente mais para próximo de 2%. Sem falar que para o segundo trimestre estamos prevendo uma desaceleração em relação ao primeiro trimestre", disse ao Broadcast."Preliminarmente, trabalhamos com 0,5% de crescimento do PIB no segundo trimestre."
De acordo com ele, o dado do PIB do primeiro trimestre mostra que o setor de serviços desacelerou profundamente. "Isso teve um peso muito forte no lado da oferta, mas é uma excelente notícia, talvez a melhor notícia possível, para a inflação prospectiva. Eu sempre defendi que o setor de serviços já estava desacelerando depois de uma saturação de dez anos de crescimento forte", afirmou.
"Estamos no início do fim da era dos non-tradables e engatinhando no início de uma era mais focada em tradables e de investimentos em infraestrutura."
Além disso, segundo Barros, com o consumo estagnado, como já vinham mostrando os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) dos últimos seis meses, também não poderia ser melhor o cenário para a inflação corrente seguir desacelerando.
"Como boa notícia, os investimentos estão sendo retomados, o que significa claramente que a oferta está reagindo. Estou mais otimista em relação aos investimentos, sobretudo os de infraestrutura, que começam finalmente a dar o ar da graça", considerou o economista.
Para Barros, no que diz respeito à inflação,os dados do PIB divulgados nesta quarta-feira, 29, são "excelentes no sentido de reduzir muito as preocupações de alguns" economistas. Com isso, de acordo com ele, as expectativas de inflação também tendem a ceder.
"Muitos analistas possivelmente devem estar considerando que o BC, de posse dessa informação relevante, deveria no máximo deixar os juros inalterados. Na minha opinião, como o processo de normalização monetária dificilmente será interrompido, a hipótese de aumento da Selic de 0,25 ponto torna-se praticamente a única possível e justa. Minha intuição é a de que o orçamento total do BC voltará a ser o que já trabalhávamos: 1 ponto porcentual no total", disse.
São Paulo - Para o diretor do Departamento de Pesquisas Macroeconômicas do Bradesco , Octavio de Barros, a variação do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deixa, "inequivocamente claro, que o Brasil está no mesmo ritmo da economia global".
O PIB, divulgou nesta quarta-feira, 29, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cresceu 0,6% na comparação com o quarto trimestre do ano passado e 1,9% relativamente ao primeiro trimestre de 2012.
A variação na margem ficou próxima do piso de 0,55% das expectativas coletadas pelo AE Projeções, que tinham como teto uma variação de 1,2%.
Para Barros, como todos os países da América Latina, a economia brasileira cresce muitíssimo abaixo do seu potencial.
"A ideia de que o Brasil era o único que estava se recuperando foi totalmente enterrada. Se não fosse a agricultura, o PIB do primeiro trimestre possivelmente teria sido de 0%. Esses dados vão obrigar todo mundo a revisar para baixo o PIB do ano, e possivelmente mais para próximo de 2%. Sem falar que para o segundo trimestre estamos prevendo uma desaceleração em relação ao primeiro trimestre", disse ao Broadcast."Preliminarmente, trabalhamos com 0,5% de crescimento do PIB no segundo trimestre."
De acordo com ele, o dado do PIB do primeiro trimestre mostra que o setor de serviços desacelerou profundamente. "Isso teve um peso muito forte no lado da oferta, mas é uma excelente notícia, talvez a melhor notícia possível, para a inflação prospectiva. Eu sempre defendi que o setor de serviços já estava desacelerando depois de uma saturação de dez anos de crescimento forte", afirmou.
"Estamos no início do fim da era dos non-tradables e engatinhando no início de uma era mais focada em tradables e de investimentos em infraestrutura."
Além disso, segundo Barros, com o consumo estagnado, como já vinham mostrando os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) dos últimos seis meses, também não poderia ser melhor o cenário para a inflação corrente seguir desacelerando.
"Como boa notícia, os investimentos estão sendo retomados, o que significa claramente que a oferta está reagindo. Estou mais otimista em relação aos investimentos, sobretudo os de infraestrutura, que começam finalmente a dar o ar da graça", considerou o economista.
Para Barros, no que diz respeito à inflação,os dados do PIB divulgados nesta quarta-feira, 29, são "excelentes no sentido de reduzir muito as preocupações de alguns" economistas. Com isso, de acordo com ele, as expectativas de inflação também tendem a ceder.
"Muitos analistas possivelmente devem estar considerando que o BC, de posse dessa informação relevante, deveria no máximo deixar os juros inalterados. Na minha opinião, como o processo de normalização monetária dificilmente será interrompido, a hipótese de aumento da Selic de 0,25 ponto torna-se praticamente a única possível e justa. Minha intuição é a de que o orçamento total do BC voltará a ser o que já trabalhávamos: 1 ponto porcentual no total", disse.