Economia

Brasil busca se consolidar como parceiro de Moçambique

Intercâmbios comerciais entre os dois países lusófonos dispararam desde o desembarque em 2008 da empresa mineira brasileira Vale


	A presidente Dilma Rousseff em visita a Moçambique: a economia moçambicana cresceu 7,4% em 2014, segundo o Banco Mundial
 (Roberto Stuckert Filho/PR)

A presidente Dilma Rousseff em visita a Moçambique: a economia moçambicana cresceu 7,4% em 2014, segundo o Banco Mundial (Roberto Stuckert Filho/PR)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2015 às 09h17.

Maputo - Os intercâmbios comerciais entre Brasil e Moçambique aumentaram 129% entre 2008 e 2014, até alcançar os US$ 74 milhões, graças à participação de empresas brasileiras nos principais projetos realizados no país africano nos últimos anos.

Segundo os dados do Ministério brasileiro de Relações Exteriores, os intercâmbios comerciais entre os dois países lusófonos dispararam desde o desembarque em 2008 da empresa mineira brasileira Vale.

Além disso, Moçambique é o primeiro receptor da ajuda da Agência Brasileira de Cooperação, que trabalha em mais de 80 países.

O diretor da câmara de Comércio, Indústria e Agricultura Brasil-Moçambique (CCIABM), Flávio Sotelo, explicou à Agência EFE que até há pouco tempo Moçambique era um mercado "pouco conhecido" para o empresariado brasileiro, mas agora representa uma grande oportunidade para companhias de prestação de serviços.

Segundo Sotelo, Moçambique favoreceu nos últimos anos o ambiente empresarial com medidas como a informatização de sua administração e a redução dos prazos para abrir uma empresa até se transformar em um dos principais destinos dos investimentos no continente africano.

De acordo com os números do Centro de Promoção do Investimento (TPI), o Brasil chegou a ser o primeiro investidor direto em Moçambique durante os primeiros nove meses de 2012 graças à participação da Vale no projeto do Corredor Logístico de Nacala, uma linha férrea que une a província interior de Tete com o maior porto do país.

Esta empresa mineira anunciou no final de 2014 a venda de parte de sua participação no projeto e na mina de carvão de Moatize, em Tete, ao grupo japonês Mitsui.

Junto à extração de recursos, as infraestruturas, a agricultura e a saúde são outros dos setores mais atrativos em Moçambique, ressaltou Sotelo, que no entanto advertiu sobre os elevados custos para começar a operar neste país.

Em 30 de março, o ministro brasileiro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, viajou para Moçambique para assinar um acordo que pretende intensificar as relações comerciais entre ambos países e implica na criação de um grupo de trabalho bilateral para identificar oportunidades de negócio.

Além disso, uma missão da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX), composta por 30 empresas, visitou Maputo neste mês com o mesmo propósito.

A economia moçambicana cresceu 7,4% em 2014, segundo o Banco Mundial, e espera-se que adquira um ritmo similar nos próximos anos ao se beneficiar do investimento nos grandes projetos vinculados com a extração de gás natural.

A respeito, estima-se que as reservas desta fonte de energia descobertas na bacia do Rovuma, perto da fronteira norte com a Tanzânia, podem estar entre as maiores do mundo.

Segundo o último relatório do Fundo Monetário Internacional sobre Moçambique, previsões apontam que o país se manterá como uma das economias mais dinâmicas da África a médio prazo, com taxas de crescimento que poderiam chegar a uma média de 8% para o período 2016-2019.

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