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Borges prevê saldo da balança em 2014 próximo ao de 2013

"A balança comercial de 2014 deve ser positiva, próxima a do ano passado, mas a expectativa do Ministério é de um salto da balança em 2015", declarou o ministro

Mauro Borges: ministro reiterou que país está próximo de acordo comercial com União Europeia (Marcelo Camargo/ABr)
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Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2014 às 17h07.

São Paulo - O resultado da balança comercial brasileira este ano deve ficar muito próximo do observado no ano passado, afirmou nesta segunda-feira, 25, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Mauro Borges, durante almoço com o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), em São Paulo.

"A balança comercial de 2014 deve ser positiva, próxima a do ano passado, mas a expectativa do Ministério é de um salto da balança em 2015", declarou.

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Na avaliação de Borges, a recente abertura dos mercados chinês e russo para as companhias brasileiras exportadoras de carne não deve, no entanto, ter um impacto significativo para o resultado da balança comercial do país.

"Do ponto de vista geral, a abertura de novos mercados é evidentemente positiva, mas no agregado, o resultado para a balança não deve ser significativo".

No caso da China, as exportações de carne bovina, que sofriam o embargo do governo de Pequim desde 2002, já entravam no mercado asiático através de Hong Kong.

Dessa forma, acredita Borges, o Brasil deve registrar uma queda das exportações do produto para Hong Kong, compensada pelo aumento dos embarques chineses.

Em relação à maior abertura do mercado russo, decorrente das sanções impostas aos Estados Unidos e à União Europeia, o ministro considerou positiva a autorização de exportação concedida aos frigoríficos brasileiros, mas disse que a situação ainda é muito conjuntural.

"Esperamos que o reconhecimento dos frigoríficos brasileiros não seja apenas resultado da obtenção de produtos da Rússia, mas que seja permanente", disse Borges.

União Europeia

O ministro também reiterou que o Brasil está próximo de estabelecer um acordo comercial com a União Europeia, com o objetivo de facilitar o comércio internacional de alguns produtos específicos.

Segundo ele, até novembro, o Ministério já deve terminar as consultas necessárias para o acordo.

Câmbio

Borges afirmou ainda que a apreciação cambial ainda é um dos principais desafios para a atividade industrial brasileira.

"A apreciação do nosso câmbio já esteve em 32% e hoje, em valores reais, está em 23%; ainda assim continuamos com uma apreciação conjuntural muito relevante", afirmou.

Aos executivos, Borges explicou que a apreciação do câmbio foi resultado da política econômica adotada pelo governo brasileiro para enfrentar a crise econômica mundial.

"Claro que isso teve um efeito colateral para a indústria, mas ao mesmo tempo o Brasil foi capaz de enfrentar a recessão da economia mundial mantendo pleno emprego", justificou.

Para o ministro, além do problema cambial, a indústria brasileira também enfrenta outras questões estruturais, como a baixa produtividade do trabalho e a falta de infraestrutura no país.

Os investimentos nesses dois pontos, segundo ele, devem ser o vetor do crescimento brasileiro nos próximos anos, podendo incentivar também a retomada do consumo doméstico.

Questionado se a economia brasileira estaria em recessão, Borges descartou a possibilidade de uma crise, mas admitiu que o crescimento econômico do país enfrenta "momentos de dificuldades".

"A situação do Brasil é difícil, mas não estamos à beira do precipício", concluiu.

Argentina

Apesar de reconhecer a necessidade da estruturação de uma linha de financiamento para as exportações brasileiras para a Argentina, o ministro considerou que este seria um péssimo momento para a criação da linha de crédito.

"Devido às eleições, esse é um péssimo momento para estruturar uma linha de financiamento para o comércio internacional com a Argentina", explicou.

Borges disse que a pasta é favorável à linha de financiamento para equilibrar as relações comerciais entre os dois países, mas que considera que o papel do governo é auxiliar na construção de uma solução privada para a questão.

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