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BofA corta previsão de crescimento do Brasil de 1,5% para 1%

O banco diz que o consumo continua decepcionando, mas vê "brotos verdes" e queda da inflação

"Frágeis brotos verdes" é o nome do relatório do Bank of America Merrill Lynch (Thinkstock)

João Pedro Caleiro

Publicado em 10 de novembro de 2016 às 16h02.

Última atualização em 10 de novembro de 2016 às 18h12.

São Paulo - O Bank of America Merrill Lynch anunciou ontem um corte da previsão de crescimento do Brasil em 2017 de 1,5% para 1%.

Em um relatório chamado "frágeis brotos verdes", o banco diz que o consumo continua decepcionando em meio a queda da renda e fraqueza do mercado de trabalho:

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"Os recentes dados macro do Brasil têm vindo mais fracos do que o esperado, indicadores preliminares sugerem uma temporada de festas fraca, os indicadores de confiança se retraíram para a margem e um Banco Central mais 'falcão' pode estar adiando a recuperação", diz o texto.

Muito depende também do avanço legislativo de reformas fiscais como a PEC do teto de gastos e o encaminhamento de mudanças na Previdência.

A boa notícia é que as perspectivas de inflação estão caindo: a taxa de setembro veio muito abaixo do esperado e a de outubro, divulgada ontem, foi a mais baixa para o mês desde 2000.

O banco cortou sua projeção para a inflação em 2017 de 4,9% para 4,7%, já muito próximo do centro da meta perseguida pelo Banco Central de 4,5%.

Quanto mais a inflação se aproxima da meta, mais rápido o BC pode cortar os juros - um processo que já começou em outubro e deve continuar em dezembro.

Um risco nesse sentido é a desvalorização do real, que hoje está caindo 5% levando o dólar para próximo dos R$ 3,39.

O Banco Central brasileiro não está interferindo no mercado de câmbio e háuma onda forte de aversão ao risco por conta da vitória de Donald Trump nos Estados Unidos.

“Tudo o que o mercado econômico mais odeia é a incerteza (...) Trump pode ser a pedra no caminho da retomada de crescimento do Brasil”, disse ontem em evento o economista Ricardo Amorim.

A incerteza deve afetar a América Latina como um todo, mas os principais perdedores serão aqueles mais dependentes do comércio internacional - grande alvo de Trump  na campanha.

"Ainda que Brasil, Colômbia e Peru sejam exportadores de commodities, o setor externo é uma proporção menor das suas economias, então esperamos um impacto mais tímido no crescimento", afirmou ontem um relatório do Citi.

O presidente do Santander disse ontem que o pior no Brasil "já passou" enquanto o presidente do Bradesco disse que o país "parou de piorar" e que nossos desafios são principalmente internos.

 

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