Joaquim Levy, presidente do BNDES, participa do EXAME Fórum PPPs e Concessões. 28 de maio de 2019. Foto: Cláudio Roberto/ EXAME (Cláudio Roberto/Exame)
Tais Laporta
Publicado em 28 de maio de 2019 às 13h27.
Última atualização em 28 de maio de 2019 às 14h36.
São Paulo - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, afirmou nesta terça-feira (28) que o banco pagará mais R$ 30 bilhões devidos ao Tesouro Nacional até o final do mês.
"Vamos devolver agora em maio R$ 30 bilhões para o Tesouro", afirmou em discurso no EXAME Fórum PPPs e Concessões, em São Paulo.
O pagamento refere-se às transferências feitos para o banco entre 2008 e 2014. Nos cinco primeiros meses de 2019, a instituição espera devolver um total de R$ 48 bilhões ao governo, de mais de R$ 100 bilhões que o governo exige até o fim do ano.
Menos desembolsos
Levy declarou também que a expectativa de desembolsos do banco em sua gestão é de 1% do PIB, bem abaixo dos percentuais praticados em governos anteriores.
Segundo o presidente do BNDES, essa mudança reflete a estratégia do banco de substituir a concessão de crédito subsidiado privilegiando a expansão do mercado privado de capitais.
"Hoje somos mais um banco de projetos de estruturação do mercado de capitais do que de empréstimos", afirmou Levy, ponderando que a substituição vem sendo gradual.
Levy declarou, ainda, que o banco vai priorizar em sua gestão a área de infraestrutura, além de pequenas e médias empresas e projetos ligados a inovação.
Ele defendeu também que o banco precisa começar a tomar um pouco mais de risco, especialmente agora que passou a focar nas PMEs. "Estamos nos preparando para isso".
Carteira de ações à venda
Para apoiar as novas prioridades do BNDES, o banco pretende dar continuidade a mudanças em sua carteira de ações, declarou Levy.
Hoje, o braço de investimentos do banco, o BNDESpar, possui mais de R$ 100 bilhões em ativos deste tipo, boa parte ações de empresas estatais que estão no plano de venda.
A idéia é vender assim que possível, gerando recursos para o caixa do banco e também para o governo, via pagamento de impostos pelo lucro do investimento.
"As estatais estão bem maduras para serem vendidas' , disse Levy durante o evento.
No primeiro trimestre, o banco teve um lucro líquido 436% maior, de R$ 11,1 bilhões, impulsionado pela venda de ações em empresas como Petrobras e Vale.