Exame Logo

BNDES cria área para financiar bens de capital

Em funcionamento há pouco mais de mais um mês, departamento já começou os trabalhos com uma carteira de 114 projetos, somando R$ 2,7 bilhões

Sede do BNDES: programas de crédito deverão ser lançados neste ano; um com foco em inovação e outro com condições específicas para o setor de máquinas e equipamentos (Divulgação/BNDES)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de março de 2014 às 08h57.

Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) criou, na virada do ano, o Departamento de Bens de Capital. Em funcionamento há pouco mais de mais um mês, o departamento já começou os trabalhos com uma carteira de 114 projetos de financiamento , somando R$ 2,7 bilhões.

Segundo Luciano Velasco, chefe da nova equipe (com dez funcionários), dois programas de crédito deverão ser lançados neste ano: um com foco em inovação e outro com condições específicas para o setor de máquinas e equipamentos. Dos 87 projetos já contratados, R$ 200 milhões deverão ser liberados neste ano.

O lançamento do Inova BK, linha inserida no programa Inova Empresa, está previsto para maio. O modelo será o mesmo já adotado no País (biocombustíveis) e no Inova Petro (para a cadeia de petróleo e gás), com editais para selecionar projetos de inovação, com recursos do BNDES e da Finep, agência de fomento à inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Uma estimativa inicial aponta que o Inova BK poderia ter orçamento de R$ 3 bilhões em cinco anos.

Já o ProBK, nome do futuro programa dedicado ao setor, deverá ficar mais para o fim de 2014. O principal objetivo será permitir uma redução no limite mínimo para empréstimos diretos (R$ 20 milhões), atraindo empresas de menor porte.

O financiamento do BNDES é fundamental para o setor de bens de capital. A maior parte do apoio se dá por meio de crédito para comercialização - ou seja, o financiamento aos clientes dos fabricantes de máquinas e equipamentos. Ano passado, o Finame, linha de crédito para esses clientes, liberou nada menos que R$ 70,460 bilhões, ou 37% do total desembolsado pelo banco.

O Departamento de Bens de Capital, porém, será responsável pelo financiamento aos investimentos dos fabricantes - em suas linhas de produção, novas fábricas, etc. Os 114 projetos em carteira migraram de outros departamentos do BNDES. Antes, o apoio a esses investimentos era pulverizado: o departamento responsável pelos setores olhava para a respectiva cadeia de fornecedores de bens de capital.


"Vemos com muitos bons olhos. É a correção de um erro histórico. Um banco para o financiamento de investimentos não ter um departamento de bens de capital não faz sentido", diz Carlos Pastoriza, diretor secretário da Abimaq, entidade representante do setor.

Agora, a análise desses empréstimos será centralizada no novo departamento, na Área Industrial. Só ficaram de fora os fabricantes de máquinas e equipamentos da cadeia de óleo e gás, acompanhados por um departamento específico na Área de Insumos Básicos do BNDES e os bens de capital de transportes (ônibus, caminhões, locomotivas e aviões), em outro departamento da Área Industrial.

Com a centralização, a expectativa é ampliar o número de empresas, sobretudo entre as de médio e pequeno portes. "As grandes empresas já estão aqui e conhecem o banco. Estamos conseguindo chegar ao pequeno e médio fabricante de bens de capital", diz Velasco.

Pastoriza, da Abimaq, vê também a oportunidade de o banco de fomento apoiar um processo de consolidação do setor, hoje muito fragmentado em empresas de menor porte. "Há a necessidade de termos empresas que sejam players globais", disse.

Segundo Velasco, do BNDES, a mudança já está colhendo frutos. Desde o início do ano, técnicos do novo departamento têm participado das reuniões das câmaras setoriais da Abimaq para apresentar a mudança na estrutura.

Já foram cinco encontros e a agenda vai até abril. Com base nesses contatos, seis empresas de menor porte buscaram o banco para se informar sobre os empréstimos. "Estamos com a esperança de trazer de 20 a 30 empresas para dentro do banco neste ano."

Com o Departamento de Bens de Capital, o BNDES quer facilitar o acesso das empresas a empréstimos para financiar os investimentos necessários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Veja também

Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social ( BNDES ) criou, na virada do ano, o Departamento de Bens de Capital. Em funcionamento há pouco mais de mais um mês, o departamento já começou os trabalhos com uma carteira de 114 projetos de financiamento , somando R$ 2,7 bilhões.

Segundo Luciano Velasco, chefe da nova equipe (com dez funcionários), dois programas de crédito deverão ser lançados neste ano: um com foco em inovação e outro com condições específicas para o setor de máquinas e equipamentos. Dos 87 projetos já contratados, R$ 200 milhões deverão ser liberados neste ano.

O lançamento do Inova BK, linha inserida no programa Inova Empresa, está previsto para maio. O modelo será o mesmo já adotado no País (biocombustíveis) e no Inova Petro (para a cadeia de petróleo e gás), com editais para selecionar projetos de inovação, com recursos do BNDES e da Finep, agência de fomento à inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Uma estimativa inicial aponta que o Inova BK poderia ter orçamento de R$ 3 bilhões em cinco anos.

Já o ProBK, nome do futuro programa dedicado ao setor, deverá ficar mais para o fim de 2014. O principal objetivo será permitir uma redução no limite mínimo para empréstimos diretos (R$ 20 milhões), atraindo empresas de menor porte.

O financiamento do BNDES é fundamental para o setor de bens de capital. A maior parte do apoio se dá por meio de crédito para comercialização - ou seja, o financiamento aos clientes dos fabricantes de máquinas e equipamentos. Ano passado, o Finame, linha de crédito para esses clientes, liberou nada menos que R$ 70,460 bilhões, ou 37% do total desembolsado pelo banco.

O Departamento de Bens de Capital, porém, será responsável pelo financiamento aos investimentos dos fabricantes - em suas linhas de produção, novas fábricas, etc. Os 114 projetos em carteira migraram de outros departamentos do BNDES. Antes, o apoio a esses investimentos era pulverizado: o departamento responsável pelos setores olhava para a respectiva cadeia de fornecedores de bens de capital.


"Vemos com muitos bons olhos. É a correção de um erro histórico. Um banco para o financiamento de investimentos não ter um departamento de bens de capital não faz sentido", diz Carlos Pastoriza, diretor secretário da Abimaq, entidade representante do setor.

Agora, a análise desses empréstimos será centralizada no novo departamento, na Área Industrial. Só ficaram de fora os fabricantes de máquinas e equipamentos da cadeia de óleo e gás, acompanhados por um departamento específico na Área de Insumos Básicos do BNDES e os bens de capital de transportes (ônibus, caminhões, locomotivas e aviões), em outro departamento da Área Industrial.

Com a centralização, a expectativa é ampliar o número de empresas, sobretudo entre as de médio e pequeno portes. "As grandes empresas já estão aqui e conhecem o banco. Estamos conseguindo chegar ao pequeno e médio fabricante de bens de capital", diz Velasco.

Pastoriza, da Abimaq, vê também a oportunidade de o banco de fomento apoiar um processo de consolidação do setor, hoje muito fragmentado em empresas de menor porte. "Há a necessidade de termos empresas que sejam players globais", disse.

Segundo Velasco, do BNDES, a mudança já está colhendo frutos. Desde o início do ano, técnicos do novo departamento têm participado das reuniões das câmaras setoriais da Abimaq para apresentar a mudança na estrutura.

Já foram cinco encontros e a agenda vai até abril. Com base nesses contatos, seis empresas de menor porte buscaram o banco para se informar sobre os empréstimos. "Estamos com a esperança de trazer de 20 a 30 empresas para dentro do banco neste ano."

Com o Departamento de Bens de Capital, o BNDES quer facilitar o acesso das empresas a empréstimos para financiar os investimentos necessários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:BancosBens de capitalBNDESFinançasFinanciamento de grandes empresasIndústria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame