Economia

BM pede à China "equilíbrio" entre reformas e estímulos

A instituição apresentou hoje em Pequim a atualização de seu relatório de perspectivas econômicas sobre a segunda maior economia do mundo


	Banco Mundial: a instituição apresentou hoje em Pequim a atualização de seu relatório de perspectivas econômicas sobre a segunda maior economia do mundo
 (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

Banco Mundial: a instituição apresentou hoje em Pequim a atualização de seu relatório de perspectivas econômicas sobre a segunda maior economia do mundo (Tomohiro Ohsumi/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de julho de 2015 às 09h26.

Pequim - O Banco Mundial pediu nesta quarta-feira à China um "equilíbrio cuidadoso" na hora de adotar estímulos econômicos no curto prazo para evitar que os mesmos se voltem contra as reformas estruturais que o país realizou nos últimos meses.

A instituição com sede em Washington apresentou hoje em Pequim a atualização de seu relatório de perspectivas econômicas sobre a segunda maior economia do mundo e manteve sua previsão de crescimento em 7,1% para este ano, 7% em 2016 e 6,9% em 2017.

O economista do Banco Mundial e autor do relatório, Karlis Smits, disse em entrevista coletiva que a China dispõe de ferramentas para incentivar a atividade econômica e proteger o emprego, caso o ajuste provocado pelas reformas seja "brusco demais".

"Há amortecedores e instrumentos suficientes, tanto na política monetária como na fiscal, se for necessário aplicá-los, mas isto requereria um equilíbrio cuidadoso para que esta gestão da demanda no curto prazo não solape os esforços reformistas realizados no último ano e meio", afirmou Smits.

O especialista do Banco Mundial considerou "desejável" a desaceleração da economia chinesa, porque levará o gigante asiático a um novo modelo de crescimento "mais sustentável".

"No médio prazo, estes esforços estão ajudando a China a deslocar gradualmente seu modelo de crescimento da indústria para os serviços, do investimento para o consumo e as exportações para os gastos domésticos", explicou Smits.

O economista destacou a reforma do setor financeiro, já que, segundo ele, "deve mudar de acordo com o novo modelo de crescimento" e que o setor deve se diversificar para proporcionar crédito, não só às grandes firmas estatais, mas também às pequenas e médias empresas.

Apesar de os indicadores macroeconômicos divulgados neste ano, como os do comércio exterior e a inflação, terem evidenciado certas fragilidades na economia do gigante asiático, o Banco Mundial não alterou sua previsão de crescimento para a China.

Assim, a estimativa do Banco continua sendo um décimo superior ao crescimento de 7% registrado no primeiro trimestre (e que coincide com a meta do governo chinês para 2015), e três décimos acima da previsão de 6,8% do Fundo Monetário Internacional (FMI), que costuma ser mais conservador.

O autor do relatório defendeu que este cálculo se baseia na trajetória em médio prazo da China, que inclui uma mudança estrutural de sua economia, mas também apontou que o país enfrenta "riscos significativos".

O relatório do Banco Mundial cita como principais riscos o endividamento corporativo, que pode fazer com que se preocupem mais em pagar suas dívidas do que em investir, que as reformas diminuam a atividade econômica e afetem o emprego ou levem a uma redução excessiva do crédito.

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