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BIS diz a bancos centrais para avançarem com aumento dos juros

O BIS disse em um dos seus relatórios anuais mais otimistas em anos que o crescimento global poderá em breve voltar a níveis médios

Juros: novas tecnologias e práticas de trabalho provavelmente desempenharão um papel na supressão da inflação, afirmou o BIS (TimArbaev/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 25 de junho de 2017 às 16h39.

Londres - Os principais bancos centrais devem avançar com o aumento das taxas de juros , afirmou o Banco de Compensações Internacionais (BIS) neste domingo, ao mesmo tempo em que reconheceu que algumas turbulências nos mercados financeiros terão de ser negociadas ao longo do caminho.

O BIS, órgão guarda-chuva dos principais bancos centrais, disse em um dos seus relatórios anuais mais otimistas em anos que o crescimento global poderá em breve voltar a níveis médios de longo prazo depois de uma forte melhora do sentimento ao longo do último ano.

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Embora bolsões de risco permaneçam por conta de altos níveis de endividamento, do baixo crescimento da produtividade e da diminuição do poder de fogo das políticas, o BIS afirmou que os formuladores de políticas devem aproveitar a melhoria das perspectivas econômicas e seu efeito surpreendentemente negligenciável sobre a inflação para acelerar o fim de programas de flexibilização quantitativa e dos juros baixos em nível recorde.

Novas tecnologias e práticas de trabalho provavelmente desempenharão um papel na supressão da inflação, afirmou o BIS, embora impulsos normais devam ser iniciados se o desemprego continuar a cair.

"Uma vez que estamos emergindo de um período muito longo de política monetária muito acomodatícia, seja lá o que fizermos, teremos de fazê-lo de forma muito cuidadosa", disse à Reuters o chefe de pesquisa do BIS, Hyun Song Shin.

"Mesmo que haja alguns choques de curto prazo na estrada, seria muito mais aconselhável manter o curso e começar esse processo de normalização", afirmou.

Shin acrescentou que será "muito difícil, se não impossível", remover todos esses solavancos.

A boa comunicação dos bancos centrais será importante, mas ainda mais crucial será a necessidade de os bancos serem fortes o suficiente para lidar com qualquer turbulência.

O BIS identificou quatro riscos principais para as perspectivas globais no médio prazo: uma súbita irrupção de inflação que force as taxas de juros para cima e prejudique o crescimento, o estresse financeiro vinculado à fase de contração dos ciclos financeiros, um aumento do protecionismo e um consumo mais fraco não compensado por investimentos mais fortes.

O primeiro parece improvável pelo menos no momento, com Shin dizendo que o BIS, como muitos, ficou surpreso com o fato de a inflação e o crescimento dos salários terem permanecido tão subjugados enquanto o crescimento nas principais economias se recuperou.

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