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BID estima crescimento menor que pré-crise para AL e Caribe

Para Moreno, é importante controlar gastos para manter a expansão e as políticas sociais regionais. Mas o estudo é bem rigoroso do ponto de vista fiscal

O presidente do BID, Luis Alberto Moreno, defendeu as reformas estruturais e a integração para consolidar o crescimento na região (Brendan Hoffman/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de março de 2013 às 18h12.

Bogotá - O crescimento econômico da América Latina e do Caribe deve ficar em 3,9% entre 2013 e 2017, abaixo dos 4,8% registrados entre 2003-2007, período que antecede a crise financeira internacional, segundo estimativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Por isso, o banco orienta os países a acelerar as reformas estruturais, controlar os gastos públicos e aumentar a integração regional.

Os dados e a análise fazem parte do estudo Replanejar as Reformas: Como a América Latina e o Caribe Podem Escapar do Menor Crescimento Mundial, divulgado neste domingo (17) durante a Reunião Anual do BID, que ocorreu no Panamá.

O presidente do BID, Luis Alberto Moreno, defendeu as reformas estruturais e a integração para consolidar o crescimento na região. Ele discursou durante a 54ª Reunião Anual da Assembleia de Governadores do banco e falou das projeções do estudo.

"Esta reunião coincide com um contexto internacional complexo, em que o crescimento mundial se mantém baixo. Isso causa um impacto desacelerador sobre a economia da América Latina e Caribe", disse Moreno.

Para Moreno, é importante controlar gastos para manter a expansão e as políticas sociais regionais. Mas o estudo é bem rigoroso do ponto de vista fiscal.

"Prevemos que, durante vários anos, a região registrará um crescimento moderado. Os países devem controlar seus gastos porque o espaço fiscal também diminuiu", disse Santiago Levy, vice-presidente de Setores e Conhecimento do BID.

A previsão de decréscimo de quase um ponto percentual acompanha a recessão que começou em 2008, acarretando queda mundial nos resultados comerciais e diminuição dos preços dos produtos primários, bem como redução nos investimentos na região.


As moedas da região também foram valorizadas para conter a pressão do dólar, o que afeta o mercado de exportações. "É importante que a inflação seja mantida sob controle", orienta o estudo.

O documento também recomenda o uso "mais eficaz" dos recursos econômicos, já que no parecer do BID a região tem elementos para crescer de maneira mais rápida. Além disso, o BID avalia que a alta taxa de informalidade na economia dos países da América Latina e do Caribe, estimada pelo banco em 56%, também é um fator preocupante para a economia regional.

"É importante adotar medidas para estimular a formalização de empresas e incentivar a adoção do emprego formal", defendem os analistas do BID.

Outro ponto importante para o desenvolvimento regional é aumentar o investimento em infraestrutura. Segundo o banco, os países da região investem somente 2,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB).

A recomendação do estudo é que o investimento no setor seja duplicado, o que elevaria a projeção de crescimento em até 2 pontos percentuais. Mais investimentos, no entanto, exigem que os países poupem mais no longo prazo.

"Os níveis de reservas para a região estão estancados em 18% do PIB, enquanto que as economias emergentes da Ásia duplicaram o percentual", conforme trecho do estudo.

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Bogotá - O crescimento econômico da América Latina e do Caribe deve ficar em 3,9% entre 2013 e 2017, abaixo dos 4,8% registrados entre 2003-2007, período que antecede a crise financeira internacional, segundo estimativa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Por isso, o banco orienta os países a acelerar as reformas estruturais, controlar os gastos públicos e aumentar a integração regional.

Os dados e a análise fazem parte do estudo Replanejar as Reformas: Como a América Latina e o Caribe Podem Escapar do Menor Crescimento Mundial, divulgado neste domingo (17) durante a Reunião Anual do BID, que ocorreu no Panamá.

O presidente do BID, Luis Alberto Moreno, defendeu as reformas estruturais e a integração para consolidar o crescimento na região. Ele discursou durante a 54ª Reunião Anual da Assembleia de Governadores do banco e falou das projeções do estudo.

"Esta reunião coincide com um contexto internacional complexo, em que o crescimento mundial se mantém baixo. Isso causa um impacto desacelerador sobre a economia da América Latina e Caribe", disse Moreno.

Para Moreno, é importante controlar gastos para manter a expansão e as políticas sociais regionais. Mas o estudo é bem rigoroso do ponto de vista fiscal.

"Prevemos que, durante vários anos, a região registrará um crescimento moderado. Os países devem controlar seus gastos porque o espaço fiscal também diminuiu", disse Santiago Levy, vice-presidente de Setores e Conhecimento do BID.

A previsão de decréscimo de quase um ponto percentual acompanha a recessão que começou em 2008, acarretando queda mundial nos resultados comerciais e diminuição dos preços dos produtos primários, bem como redução nos investimentos na região.


As moedas da região também foram valorizadas para conter a pressão do dólar, o que afeta o mercado de exportações. "É importante que a inflação seja mantida sob controle", orienta o estudo.

O documento também recomenda o uso "mais eficaz" dos recursos econômicos, já que no parecer do BID a região tem elementos para crescer de maneira mais rápida. Além disso, o BID avalia que a alta taxa de informalidade na economia dos países da América Latina e do Caribe, estimada pelo banco em 56%, também é um fator preocupante para a economia regional.

"É importante adotar medidas para estimular a formalização de empresas e incentivar a adoção do emprego formal", defendem os analistas do BID.

Outro ponto importante para o desenvolvimento regional é aumentar o investimento em infraestrutura. Segundo o banco, os países da região investem somente 2,5% de seu Produto Interno Bruto (PIB).

A recomendação do estudo é que o investimento no setor seja duplicado, o que elevaria a projeção de crescimento em até 2 pontos percentuais. Mais investimentos, no entanto, exigem que os países poupem mais no longo prazo.

"Os níveis de reservas para a região estão estancados em 18% do PIB, enquanto que as economias emergentes da Ásia duplicaram o percentual", conforme trecho do estudo.

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