Economia

BCE não deve abandonar política monetária restritiva de modo prematuro, diz Olli Rehn

Segundo o dirigente, as altas nos juros buscam evitar que a inflação saia do controle

Rehn ainda analisou turbulências recentes em alguns bancos nos dois lados do Atlântico, no caso da Europa sobretudo no Credit Suisse (Georges Gobet/AFP/AFP)

Rehn ainda analisou turbulências recentes em alguns bancos nos dois lados do Atlântico, no caso da Europa sobretudo no Credit Suisse (Georges Gobet/AFP/AFP)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 21 de abril de 2023 às 12h00.

Última atualização em 21 de abril de 2023 às 13h42.

Integrante do conselho do Banco Central Europeu (BCE), Olli Rehn defendeu nesta sexta-feira, 21, que a instituição "não abandone" nem "saia de modo prematuro" da política monetária mais restritiva atual. Em ambiente de incerteza, ele disse ser "ainda mais importante que o normal" que as decisões de política monetária levem em conta a trajetória esperada da inflação, baseando-se em informações da economia e dos mercados financeiros. As declarações foram dadas em discurso realizado nesta sexta, disponível no site do BC da Finlândia, presidido por Rehn.

Ele usou como exemplo a crise do petróleo dos Estados Unidos nos anos 1970, quando uma política menos dura do banco central local tornou necessário mais adiante um aperto monetário ainda maior, com estragos na atividade. O dirigente destacou que a inflação "está ainda muito elevada" na zona do euro, e também que o núcleo do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) continua a mostrar força, quadro que leva o BCE a elevar os juros. Ele lembra ainda que os mercados esperam que os juros continuem a subir.

Segundo o dirigente, as altas nos juros buscam evitar que a inflação saia do controle, com perda do poder de compra na zona do euro. De qualquer modo, a intenção é "manter a estabilidade econômica exigida para o crescimento sustentável e o emprego elevado". Além disso, ele também disse que o quadro na década atual "não é o mesmo da estagflação dos anos 1970". Mantendo um histórico consistente para estabilizar a inflação em 2% no médio prazo, "nós podemos evitar a terapia de choque" da era Paul Volcker, que presidiu o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) entre 1979 e 1987, comparou.

Rehn ainda analisou turbulências recentes em alguns bancos nos dois lados do Atlântico, no caso da Europa sobretudo no Credit Suisse. Ele lembrou que o UBS acabou comprando o Credit e, sobre o quadro geral, considerou que os colchões dos bancos da zona do euro se fortaleceram, com regulação mais forte, e também que a lucratividade do setor melhorou. O dirigente ainda garantiu que, se preciso em caso de novas turbulências, o BCE usará "todos os instrumentos necessários" para controlar o cenário no setor financeiro.

Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Ignazio Visco disse nesta sexta-feira, dia 21, que o banco precisa ser cauteloso na definição de sua política monetária e tomar decisões a cada reunião. Em entrevista à Bloomberg TV, Visco, que também é presidente do BC italiano, afirmou que o BCE irá manter a postura de decidir sobre juros com base em novos dados, "à medida que eles vierem", uma vez que "atravessamos tempos altamente incertos". Visco comentou também que a zona do euro ainda não sentiu o efeito completo da série de altas de juros que o BCE implementou desde meados do ano passado e ponderou que o núcleo dos preços no bloco mostra persistência da inflação.

É preciso cautela e definir juros a cada reunião, com base em novos dados, afirma Visco

Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Ignazio Visco disse nesta sexta-feira, dia 21, que o banco precisa ser cauteloso na definição de sua política monetária e tomar decisões a cada reunião. Em entrevista à Bloomberg TV, Visco, que também é presidente do BC italiano, afirmou que o BCE irá manter a postura de decidir sobre juros com base em novos dados, "à medida que eles vierem", uma vez que "atravessamos tempos altamente incertos".

Visco comentou também que a zona do euro ainda não sentiu o efeito completo da série de altas de juros que o BCE implementou desde meados do ano passado e ponderou que o núcleo dos preços no bloco mostra persistência da inflação.

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