Economia

BC vê cenário favorável e inflação a 4,5% em 2012

Apesar de considerar que a inflação vai ficar no centro da meta, diretor do BC não fez previsões sobre novos cortes da Selic

O Banco Central prevê a inflação no centro da meta em 2012 (Divulgação/Banco Central)

O Banco Central prevê a inflação no centro da meta em 2012 (Divulgação/Banco Central)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2012 às 18h16.

Fortaleza - O Banco Central já estima que a inflação deste ano vai ficar no centro da meta oficial, de 4,5 por cento, e abaixo da sua previsão de até então, de 4,7 por cento pelo IPCA, informou nesta sexta-feira o diretor de Política Econômica da autoridade, Carlos Hamilton Araújo. Ele acrescentou que, mesmo com esse cenário, ainda não há horizonte para a concretização da taxa básica de juros em um dígito.

"O nosso cenário é que ela (inflação) vai se deslocar para a meta em 2012", afirmou o diretor que, ao ser questionado se seria exatamente para a meta ou próximo a ela, acrescentou: "Para a meta de 4,5%".

A meta do governo é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

"A nossa visão é que o balanço de risco para a inflação (de 2012) é favorável. Portanto, aponta no sentido de que a probabilidade é o número ser melhor do que 4,7 por cento", afirmou o diretor em entrevista após apresentação do Boletim Regional na sede do BC em Fortaleza.

Em seu último Relatório Trimestral de Inflação, divulgado em dezembro, o BC informou que a sua previsão para o indicador era de 4,7 por cento neste ano.

Carlos Hamilton evitou estabelecer um prazo para que a Selic, que hoje está em 10,5 por cento, atinja um dígito, como propagado na última ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), em janeiro.

"O que o Copom deixou claro é que há probabilidade elevada de um cenário em que a Selic converge para um dígito. Eu não posso dizer quando isso vai acontecer, temos que esperar as próximas reuniões", disse.


Hamilton reforçou a visão do BC de que a economia global vai continuar crescendo lentamente sem a ocorrência de eventos extremos, como quebra de um banco ou declaração de moratória de um país.

Sobre as mudanças nas regras de remuneração de compulsório a prazo divulgadas nesta manhã, o diretor sustentou que o efeito é igual mesmo com a diluição da data de efetivação O BC anunciou que a limitação da remuneração dos valores recolhidos, com o objetivo de estimular a venda de carteiras de crédito de bancos pequenos e médios, passa a ser em quatro etapas: 80 por cento a partir de 24 de fevereiro de 2012; 75 por cento a partir de 20 de abril de 2012; 70 por cento a partir de 22 de junho de 2012; e 64 por cento a partir de 24 de agosto de 2012.

Até então, a medida valeria a partir de 24 de fevereiro, quando o percentual cairia para 73 por cento e, em 27 de abril do ano que vem, para 64 por cento. Atualmente, todo o valor depositado é remunerado pela taxa básica de juro, hoje em 10,50 por cento ao ano.

"O ponto de chegada é o mesmo. Agora à luz de um novo momento decidimos suavizar o cronograma de implementação e marcar o 'phasing out'", disse o diretor.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralEstatísticasIndicadores econômicosInflaçãoIPCAMercado financeiroSelic

Mais de Economia

Salário mínimo 2025: quanto será? Veja previsão

Reforma tributária: compra de imóveis e serviços de construção terão redução de 40% na alíquota

Ministro da Previdência vai fazer 'pente-fino' em mais de 800 benefícios temporários

Jorge Lima, secretário de Desenvolvimento Econômico de SP, é o entrevistado da EXAME desta sexta

Mais na Exame