BC diz que reversão de compulsórios é neutra para juros
Brasília - O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, afirmou hoje que as alterações no depósito compulsório, que vão retirar R$ 71 bilhões a partir de abril do sistema financeiro, não vão gerar impacto nas taxas de juros praticadas nos empréstimos às empresas e às pessoas físicas. "A medida visa a […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.
Brasília - O diretor de Política Monetária do Banco Central, Aldo Luiz Mendes, afirmou hoje que as alterações no depósito compulsório, que vão retirar R$ 71 bilhões a partir de abril do sistema financeiro, não vão gerar impacto nas taxas de juros praticadas nos empréstimos às empresas e às pessoas físicas. "A medida visa a questão da liquidez e não as taxas de juros. Vamos regular o nível da liquidez do mercado", explicou, ao afirmar que a autoridade monetária observou a possibilidade de "equilibrar" a quantidade de dinheiro em títulos em circulação no mercado.
"O efeito sobre o juro será neutro", ressaltou ao ser questionado se a medida anunciada esta noite pode desacelerar a concessão de crédito e assim reduzir a pressão sobre a inflação. O diretor do BC afirmou, porém, que eventuais altas do juro no crédito que venham a ser decididas são "decisões micro que dependem de cada instituição", afirmou, ao rejeitar a correlação entre os novos compulsórios e a alta do juro nos empréstimos.
Aldo Mendes e o presidente do BC, Henrique Meirelles, não quiseram comentar a hipótese de que o efeito das mudanças no compulsório poderia postergar o início do aperto monetário (taxa Selic) esperado para os próximos meses.
O diretor do BC explicou, em entrevista coletiva, que além da volta da alíquota do compulsório a prazo para 15%, a instituição também decidiu fazer com que este recolhimento a prazo seja feito exclusivamente em espécie. "Isso vai adequar a quantidade de dinheiro e títulos em circulação. Vai ficar mais equilibrado e libera títulos para que o BC possa fazer sua atuação diária", afirmou. Ele explicou que atualmente o recolhimento em títulos feito nos depósitos a prazo soma R$ 74 bilhões. Esses papéis serão devolvidos aos bancos e montante idêntico será repassado pelos bancos ao BC em espécie.
Aldo Mendes explicou que com menos dinheiro em caixa os bancos terão menos excesso de recursos o que deve diminuir a necessidade de realização das operações compromissadas para enxugamento de liquidez.