Economia

BC diz que combate à inflação depende do ajuste fiscal

O governo apresentou, recentemente, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento do gasto público à variação da inflação


	Ajuste fiscal: no relatório, o BC destacou que leva tempo entre a discussão, a adoção das medidas de ajustes fiscais e os seus resultados
 (Raul Junior//Você S/A)

Ajuste fiscal: no relatório, o BC destacou que leva tempo entre a discussão, a adoção das medidas de ajustes fiscais e os seus resultados (Raul Junior//Você S/A)

DR

Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2016 às 10h18.

A continuidade do avanço no combate à inflação depende de ajustes na economia brasileira, principalmente, nas contas públicas, segundo avaliou o Banco Central (BC), no Relatório de Inflação, divulgado hoje (28).

"A literatura e as melhores práticas internacionais indicam que uma política fiscal consistente e sustentável contribui para reduzir as expectativas de inflação de forma que o processo de desinflação seja mais rápido e menos custoso", disse o BC.

O governo apresentou, recentemente, uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita o aumento do gasto público à variação da inflação.

A proposta é que a fixação do teto para os gastos tenha validade por 20 anos, a partir de 2017. Segundo a proposta, no primeiro ano de vigência, o limite dos gastos totais equivalerá à despesa paga no ano anterior corrigida pela inflação daquele ano.

No relatório, o BC destacou que leva tempo entre a discussão, a adoção das medidas de ajustes fiscais e os seus resultados.

Para o BC, quanto mais ágil for a implementação das medidas, mais rápida será a retomada da “trajetória favorável para a dívida pública e para a confiança de famílias e empresas, ajudando na recuperação da economia e no combate à inflação”.

O Banco Central também citou outros fatores que interverem no combate à inflação: o processo de realinhamento dos preços externos em relação aos internos e livres em relação aos administrados; o efeito dos fenômenos climáticos sobre a produção mundial de alimentos, principalmente de grãos, e a influência sobre os preços domésticos; e as incertezas sobre a economia mundial.

No relatório, o BC enfatizou que buscará fazer com que a inflação fique dentro do limite superior da meta, 6,5%, em 2016, e adotará medidas necessárias para assegurar a convergência da meta em 4,5%.

Destacou, ainda, que o cenário atual não permite reduzir a taxa básica de juros, a Selic.

Inflação dentro da meta

É função do BC fazer com que a inflação fique dentro da meta. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a Selic.

Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.

O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

Este é o primeiro Relatório de Inflação divulgado na gestão do novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Hoje, o presidente participará de entrevista para a divulgação do relatório.

Normalmente, a entrevista é dada somente pelo diretor de Política Econômica do BC.

Acompanhe tudo sobre:Ajuste fiscalBanco CentralInflaçãoMercado financeiro

Mais de Economia

Com mais renda, brasileiro planeja gastar 34% a mais nas férias nesse verão

Participação do e-commerce tende a se expandir no longo prazo

Dívida pública federal cresce 1,85% em novembro e chega a R$ 7,2 trilhões

China lidera mercado logístico global pelo nono ano consecutivo