Economia

BC da Argentina faz 7º corte de juros no governo Milei; taxa vai a 35% ao ano

Redução começou em junho, quando a taxa estava em 133% ao ano

Banco Central da Argentina reduz taxa de juros para 35%, refletindo queda na inflação (Juan Ignacio Roncoroni/EFE)

Banco Central da Argentina reduz taxa de juros para 35%, refletindo queda na inflação (Juan Ignacio Roncoroni/EFE)

Agência o Globo
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Publicado em 1 de novembro de 2024 às 18h32.

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O Banco Central da Argentina reduziu sua taxa básica de juros nesta sexta-feira, 1º, pela primeira vez em quase seis meses, enquanto o presidente Javier Milei continua a supervisionar uma desaceleração da inflação no país.

Redução nos custos de empréstimos e metas fiscais

A autoridade monetária cortou os custos de empréstimos de 40% para 35%, conforme comunicado enviado à imprensa. Segundo o banco, a decisão se baseia no atual contexto de liquidez do país, na redução das expectativas de preços ao consumidor e na ancoragem fiscal do governo. As taxas para notas, conhecidas localmente como pases, também foram reduzidas, de 45% para 40%.

Impacto nos títulos e confiança no mercado

Após a notícia, os títulos soberanos da Argentina lideraram os ganhos nos mercados emergentes, com notas que vencem em 2030 e 2029 subindo pelo menos 0,5 centavo por dólar. Isso reflete uma reação positiva do mercado à política econômica do governo Milei e à expectativa de controle da inflação.

Sob Milei, a inflação mensal desacelerou de 25,5% em dezembro para 3,5% em setembro, marcando um dos principais pontos de sucesso político. Estima-se que os dados de outubro, previstos para 12 de novembro, mostrem uma nova queda nos índices inflacionários.

Cortes de juros e flexibilização monetária

Ao assumir o cargo, Milei promoveu uma série de cortes de juros para reduzir o custo dos pagamentos de juros no balanço do Banco Central. A última flexibilização monetária havia ocorrido em maio, quando a taxa foi reduzida para 40% pela sexta vez, ante os 133% iniciais.

Desde junho, a Argentina alterou seu esquema de política monetária, transferindo parte de sua dívida do Banco Central para o Tesouro. A medida visava reduzir uma das “torneiras” de emissão monetária, considerada um fator de risco para a inflação anual.

As exigências de taxas reais positivas e um regime cambial mais flexível vêm do Fundo Monetário Internacional (FMI), ao qual a Argentina deve US$ 44 bilhões. O governo busca iniciar um novo programa para substituir o negociado pelo antecessor de esquerda de Milei.

Com a possível liberação dos controles de câmbio e capital, o cenário da política monetária argentina ainda é incerto.

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