Ao mesmo tempo que BC afirma que vai manter o juro básico estável,a instituição permite que os grandes bancos já façam empréstimos uns aos outros a uma taxa inferior à Selic
Da Redação
Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 09h05.
Ao mesmo tempo em que o Banco Central diz que vai manter o juro básico estável por um período prolongado, a instituição permite que os grandes bancos já façam empréstimos uns aos outros a uma taxa bem inferior à Selic.
O Certificado de Depósito Interbancário, ou CDI, que é a taxa cobrada entre os bancos para empréstimos de um dia, caiu para 6,9 por cento em 14 de dezembro. Foi o quarto dia seguido em que a diferença entre a Selic, hoje em 7,25 por cento, e o CDI ficou acima de 25 pontos-base. Esse spread, que é o maior desde maio, ficou em média em 18 pontos-base nos últimos 12 meses. O desconto hoje do CDI para a Selic é também maior do que nas taxas equivalentes dos EUA, Canadá e México.
O aumento do spread reduz o custo da dívida de empresas que levantam recursos no mercado local, onde 89 por cento do crédito corporativo está atrelado ao CDI. Isso representa um estímulo adicional à economia, que deve ter o menor crescimento em três anos. Mesmo com a mensagem do BC, analistas do Itaú Unibanco Holding SA estimam corte de 1 ponto percentual na Selic em 2013.
“Essa taxa é uma decisão da mesa do Banco Central”, disse Paulo Vieira da Cunha, sócio da Tandem Global Partners, em entrevista por telefone de Nova York. “Os grandes bancos são os dealers, mas o BC pode colocar o CDI onde quiser. O risco é que a taxa efetiva é mais baixa e que o custo de financiamento para bancos fique menor.”
O BC não quis fazer comentários sobre o CDI, de acordo com nota por e-mail.