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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h27.
São Paulo, 4 de agosto (Portal EXAME) O governo vai esbarrar nos interesses dos investidores internacionais se levar adiante a proposta de trocar o indexador da tarifa de energia, avalia Roberto D Araujo, assessor da presidência da Eletrobras. "Os bancos de querem a dolarização da tarifa", disse D Araujo durante o 5º Enercon, evento da área de energia promovido pelo Institute for International Research (IIR) em São Paulo nesta segunda-feira (4/8).
D Araújo percebeu a posição do investidor internacional na semana passada, durante encontro com representantes da área de energia em Nova York. Na ocasião também se reuniu com representantes dos bancos Goldman Sachs e Bear & Stearns. Ficou claro que para os investidores americanos o retorno do investimento no Brasil precisa estar atrelado ao dólar , disse D Araujo.
A proposta do novo modelo para o setor, ainda em fase final de elaboração, prevê a substituição do IGP-M por outro indexador ainda não divulgado. O IGP-M sofre impacto da variação do dólar e o governo brasileiro quer trocar o indexador exatamente para dispersar o efeito da variação cambial sobre o reajuste da tarifa. Entre as alternativas já ventiladas está a criação de um indexador específico para o setor de energia, a exemplo do que existe para a construção civil. Entre os analistas do setor, a troca do indexador é vista com cautela. Falar em tirar o IGP-M é uma fantasia , diz João Carlos Cascaes, consultor da área de energia. Se o governo tirar a variação cambial da tarifa terá de compensar de outra maneira os investimentos realizados pelas empresas em dólar.