Madri - Os três principais bancos espanhóis, Santander, BBVA e CaixaBank, anunciaram nesta terça-feira que provisionarão em 2012 mais de 6 bilhões de euros suplementares para a reforma destinada a sanear o setor, que possui 176 bilhões de euros em ativos de risco.

O Santander, número um da Eurozona por valor de mercado, terá que provisionar 2,3 bilhões a mais devido à nova norma sobre ativos imobiliários, disse o banco por meio de um comunicado.

Ao publicar seus resultados ao final de janeiro, o banco anunciou já ter feito "provisões extraordinárias", concentradas no quarto trimestre de 2011, por um total de 3,183 bilhões de euros, principalmente para se proteger dos ativos imobiliários problemáticos.

Desse total, mais da metade (1,812 bilhão de euros) são relativos aos ativos imobiliários do Santander na Espanha, país sumido na crise desde o estouro da bolha no setor da construção em 2008.

O restante, cerca de 2,3 bilhões de euros, "serão cobertos através dos ganhos que serão obtidos durante o ano, sendo que 900 milhões de euros virão da venda do Banco Santander Colômbia.

Já o segundo banco espanhol, o Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA), considerou que "o impacto final da medida" em suas contas "se elevará a 1,360 bilhão de euros".

O BBVA afirma "dispor atualmente do capital principal suficiente para aplicar a nova norma".

No dia 2 de janeiro, o banco apresentou um lucro de 3,004 bilhões de euros em 2011, em queda de 34,8% com relação ao ganho de 2010. No quarto trimestre, o banco chegou inclusive a cair no vermelho devido às perdas nos Estados Unidos.

Ao todo, o banco retirou 665 milhões de euros de seu lucro de 2011 para "sanear" seu patrimônio imobiliário.

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O CaixaBank, terceiro maior banco espanhol, disse que "o montante estimado das novas provisões para a cobertura dos ativos imobiliários é de 2,436 bilhões de euros".

O banco apresentou lucro de 1,053 bilhão de euros em 2011, em queda de 13,1% devido a importantes provisões e entre rumores sobre uma possível fusão com seu competidor Bankia.

O banco, nascido em primeiro de julho de 2011 a partir da transferência em Bolsa das atividades bancárias da La Caixa, deixou de lado 1,039 bilhão de euros ao longo de 2011 de maneira "extraordinária", cerca de 61% a mais que em 2010.

O governo espanhol aprovou na sexta-feira uma reforma do setor para sanear de uma vez por todas os problemas provocados pela explosão da bolha imobiliária de 2008.

Isso exigirá que os bancos acumulem em um ano (ou dois, em caso de fusão) provisões e uma reserva de capital no valor de 50 bilhões de euros, para poder fazer frente à possível perda de valor de seu patrimônio imobiliário.