Economia

Banco público corta juros, mas tem cliente de mais risco

Dados do Banco Central mostram que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal têm operações para pessoas físicas com classificação de risco pior que nos concorrentes privados

Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal têm operações para pessoas físicas com classificação de risco pior que nos concorrentes privados (Montagem Divulgação/BB e Lia Lubambo/EXAME)

Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal têm operações para pessoas físicas com classificação de risco pior que nos concorrentes privados (Montagem Divulgação/BB e Lia Lubambo/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2012 às 09h21.

São Paulo - Nem bem a corrida pelo aumento do crédito e redução dos juros começou e os bancos públicos já estão em desvantagem. Pelo menos quanto à classificação dos empréstimos concedidos aos clientes. Dados do Banco Central mostram que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal têm operações para pessoas físicas com classificação de risco pior que nos concorrentes privados.

Quando um financiamento é realizado, bancos avaliam a transação e atribuem uma nota individual. É parecido com o que as agências de classificação de risco fazem com os países. Pelos critérios do Banco Central, as avaliações vão de "AA" até "H", a pior entre as nove possíveis.

Nas duas primeiras notas - "AA" e "A" - estão as melhores operações e que têm o menor risco de calote. A partir de "B", ficam os financiamentos com atraso de 15 dias no pagamento ou risco equivalente. No "H" estão os clientes que não pagam há mais de seis meses.

Por esse critério, bancos particulares têm boa parte dos clientes na melhor faixa, entre o "AA" e "A": 75,9% dos empréstimos para pessoas físicas recebem essa classificação. Nos públicos, a situação é oposta: a maioria está no grupo entre "B" e "H", faixa que concentra 55% dos financiamentos. Portanto, a fatia dos melhores clientes fica com 45% das operações.

O BB e a Caixa vão reduzir a partir desta semana os juros de várias linhas de crédito. O objetivo é tirar parte da clientela dos bancos privados. Além disso, o governo acredita que o movimento pode incentivar a concorrência e provocar a redução dos juros em todo o mercado. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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