O co-presidente brasileiro das negociações da Área Livre de Comércio das Américas (Alca), Adhemar Bahadian, disse que a postura intransigente dos Estados Unidos nas discussões ameaça o prazo acordado para a formação do bloco comercial.

Em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), no Senado, Bahadian disse que o Brasil não aceitará um acordo que implique renunciar a uma política industrial autônoma e acrescentou que o prazo de janeiro de 2005 para a conclusão das discussões não é "sagrado" nem "imutável".

"Existe um sério risco adiante, que é justamente a intransigência na posição dos Estados Unidos e aliados na questão da agricultura e de acesso a mercados, buscando forçar divisões e concessões tanto no Mercosul como internamente no Brasil", disse ele. É legítimo defender essa posição. O acordo da Alca não pode impor nem impedir."

Bahadian e o subsecretário-geral para Assuntos da América do Sul do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Luiz Felipe Macedo Soares, estiveram na comissão para prestar esclarecimentos sobre a reunião ocorrida em Puebla, México, em janeiro.

O encontro deixou duas missões para o Comitê de Negociações Comerciais, que se divide em nove áreas e grupos que representam 34 países. A primeira é a definição clara de novas instruções para os nove grupos saberem a profundidade da negociação para o tratado geral; a segunda é a definição dos procedimentos nas negociações multilaterais. A próxima reunião da Alca deve acontecer entre 17/3 e 19/3.