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Aumento das importações é compatível com saldo comercial alto

Para instituto, maiores importações estão ligadas à retomada da economia e ao próprio incremento das exportações

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h15.

Tradicionalmente mal visto por ameaçar a balança comercial, o aumento das importações não é incompatível com a geração de grandes saldos comerciais. A conclusão é do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que aponta o primeiro semestre deste ano como exemplo. "O que os resultados do comércio exterior brasileiro mostram é que a geração de saldos comerciais elevados não é incompatível com o aumento do volume de comércio [exportações mais importações]", afirma estudo do Iedi.

Nos seis primeiros meses, o volume de comércio brasileiro cresceu 28,7% e somou 71,6 bilhões de dólares - o maior patamar dos últimos dez anos, segundo o Iedi. A cifra foi composta por um total de exportações de 43,3 bilhões de dólares (um aumento de 31,7% sobre igual intervalo de 2003), e por importações de 28,3 bilhões. Entre janeiro e maio (dados disponibilizados pelo Iedi), as importações cresceram 25%. Isto não impediu, contudo, que o saldo comercial (exportações menos importações) fosse de 15 bilhões de dólares.

Por isso, o instituto afirma "que o melhor caminho para que o Brasil amplie seu volume de comércio é a promoção e o incentivo às exportações. Como se sabe, o Brasil tem um volume de comércio ainda baixo (cerca de 25% do Produto Interno Bruto)."

O Iedi também adotou um tom positivo ao analisar o aumento das importações, pois ele esteve ligado ao reaquecimento da economia. Segundo o instituto, durante a recessão do primeiro semestre de 2003, as importações caíram 7,7%. Agora, com os sinais de recuperação, setores estratégicos apresentaram incremento de pedidos ao exterior: máquinas, equipamentos elétricos e eletrônicos, química e petróleo foram os itens cujas importações mais subiram.

"O crescimento das importações se deve, em grande parte, ao próprio crescimento das exportações (para exportar, é preciso importar insumos e máquinas, por exemplo). O maior nível de atividade industrial também concorreu para o maior volume de importação", afirma o estudo.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o saldo acumulado do ano da balança comercial brasileira ultrapassou 18,529 bilhões de dólares. As exportações do período registraram 52,298 bilhões e as importações, 33,769 bilhões. Em julho, o superávit comercial ficou em 3,48 bilhões de dólares.

No ano passado, o saldo da balança comercial foi de 24,824 bilhões de dólares. Nos 12 meses, o Brasil exportou 73,084 bilhões de dólares e importou 48,260 bilhões.

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