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Ataques detonam breve esperança para economia do Iraque

A economia do Iraque é hoje sete vezes maior do que há 10 anos, mas tudo pode vir por água abaixo se os combatentes tomarem os campos de petróleo

Refinaria de petróleo no Iraque: economia do país é totalmente voltada ao produto (Getty Images)

João Pedro Caleiro

Publicado em 14 de junho de 2014 às 08h36.

São Paulo - Nesta semana, o Iraque mergulhou novamente no caos.

Mossul, a segunda maior cidade do país, caiu sob o poder dos militantes sunitas do EIIL (sigla de Estado Islâmico do Iraque e do Levante).

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O aumento da violência é um duro golpe contra uma economia que se multiplicou 7 vezes - de US$ 36 bilhões para US$ 215 bilhões -desde a invasão pelos Estados Unidos (e retirada de Saddam Hussein) em 2003.

O Iraque cresceu mais de 9% em 2011 e 2012. No ano passado, a taxa caiu pela metade, mas a perspectiva era de uma nova aceleração este ano. Enquanto isso, a inflação e o desemprego estão em níveis historicamente baixos.

Petróleo

A economia iraquiana e sua boa fase podem ser resumidas em uma palavra: petróleo . O Iraque tem a 5ª maior reserva do mundo, mas havia passado décadas desperdiçando seu potencial com conflitos e isolamento internacional.

Entre 1980 e 1988, o país lutou uma guerra contra o Irã. Em 1990, invadiu o Kuwait, o que deflagrou a Guerra do Golfo e levou a mais de duas décadas de sanções. A invasão em 2003 arrasou com a infraestrutura e deixou centenas de milhares de mortos, mas marca o início de uma novo momento do país.

As sanções foram suspensas, US$ 60 bilhões foram gastos em uma década de reconstrução e companhias chinesas e americanas do porte da Chevron e da Exxon Mobil entraram no país.

Em abril deste ano, a produção de óleo cru chegou a uma média de 3,3 milhões de barris por dia - níveis não vistos desde os anos 70.

Por enquanto, os grandes campos do sul continuam intocados pelos militantes, mas a tensão já foi suficiente para fazer o preço do petróleo disparar.

A violência também deve levar a um aumento de gastos de segurança do governo, cuja sobrevivência seria ameaçada diretamente pela tomada dos campos: 90% das receitas oficiais vem do petróleo.

Não que a fraqueza das instituições e a violência já não fossem preocupações. O país ficou em 165º na última edição do ranking do Banco Mundial que mede a facilidade para fazer negócios - e a julgar pelos últimos acontecimentos, a coisa ainda pode piorar muito antes de melhorar.

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