Dinheiro: até o final deste ano, os fundos privados na Ásia Pacífico também superarão os da Europa Ocidental (weerapatkiatdumrong/Thinkstock)
EFE
Publicado em 13 de junho de 2017 às 21h13.
Nova York - A região Ásia Pacífico e o Japão terão juntos em 2019 mais capital privado acumulado do que a América do Norte, devido ao forte ritmo de crescimento de enriquecimento que vêm apresentando e que, em 2016, chegou a 9,5%, o mais alto do mundo, segundo um relatório divulgado nesta terça-feira pela consultora Boston Consulting Group.
O relatório, chamado Global Wealth Report, também prevê que, até o final deste ano, os fundos privados na Ásia Pacífico também superarão os da Europa Ocidental, que, afetada pela incerteza gerada pelo "Brexit", registrou em 2016 um desenvolvimento modesto, de 3,2%.
Em nível global, os capitais privados aumentaram em 5,3% em 2016, para US$ 166,5 trilhões, em relação aos 4,4% de 2015, gerados pela aceleração da economia mundial e o bom momento que atravessam os mercados de ações de várias regiões.
O crescimento na Ásia Pacífico, que acumula US$ 38,4 trilhões em capitais privados, ficou abaixo dos 10% pela primeira vez nos últimos cinco anos, devido à desaceleração da China, que tenta se transformar em uma economia de serviços a partir de um sistema industrial, diz o texto.
Em termos de crescimento de fundos privados, logo atrás da Ásia Pacífico aparece a América Latina, que registrou um crescimento de 8,7%; seguida do Oriente Médio e da África, com 8,5%; Europa Oriental, com 4,7%; e América do Norte, com 4,5%.
Depois da Europa Ocidental (3,2%) vem o Japão, que registrou um aumento de riqueza privada de 1,1%.
O estudo do Boston Consulting Group também aponta que o número de famílias milionárias, descritas como aquelas que acumulam mais de US$ 1 milhão em riqueza, cresceu em 2016 com mais velocidade que em 2015.
Além disso, nos próximos anos, a região na qual haverá um maior aumento de indivíduos que acumulam mais de US$ 100 milhões em capitais será a da Ásia Pacífico, com um crescimento de 14,6%, seguida do Oriente Médio e da África, como 13,8%, e América Latina, com 8,1%.
Por outro lado, o documento apontou que os fundos acumulados em paraísos fiscais cresceram em um ritmo menor, de 3,7%, que os demais, que aumentaram em 5,4%, e que a Suíça continua sendo o país de baixa fiscalização que concentra a maior porcentagem de patrimônio, com um 24%.
No entanto, a previsão é de que essa cifra caia e que aumente o fluxo de capital em outros paraísos fiscais, como Hong Kong e Cingapura, que estão registrando maior crescimento em nível mundial.
"Os paraísos fiscais não são um risco", avaliou uma das autoras do relatório, Anna Zakrzewski.
"Entre toda a incerteza do mercado e a instabilidade política em muitas partes do mundo, os paraísos fiscais continuarão sendo um refúgio com uma qualidade geral excelente", acrescentou.