As imagens que resumem a crise no Chipre
Eurogrupo chegou a um acordo para salvar economia do país, mas população ainda está longe de dias de sossego
Da Redação
Publicado em 25 de março de 2013 às 11h18.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h41.
São Paulo – Desde o início de março, a crise no Chipre se agravou. Outros países da zona do euro se preocupam com um possível contágio e a população começa a sentir os reflexos da situação financeira no dia a dia. Com isso, o comércio muda seu comportamento, os moradores fazem fila para tirar dinheiro do banco, e os líderes europeus se reúnem em busca de soluções. Confira algumas imagens que resumem a situação econômica no Chipre.
Representantes da União Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) fecharam um acordo com o governo do Chipre para socorrer seu sistema financeiro. O plano prevê a injeção de 10 bilhões de euros. A reunião que aconteceu entre o domingo, dia 24 de março, e a segunda-feira, dia 25 de março, precisou ser adiada e teve atraso de duas horas para começar. A complexidade do assunto fez com que o encontro entrasse a madrugada. A imagem mostra Christine Lagarde, diretora-gerente do FMI, Jeroen Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, e Olli Rehn, da comissão de assuntos financeiros da Europa, em coletiva de imprensa para anunciar o acordo alcançado para salvar a economia do Chipre.
Antes do acordo do Eurogrupo, quando depósitos bancários de qualquer valor ainda corriam risco de ter uma parte confiscada compulsoriamente, a população começou a temer e encontrou uma maneira muito simples de se proteger: tirar o dinheiro dos bancos. Como as instituições bancárias ainda estavam fechadas, a solução foi procurar dinheiro nos caixas eletrônicos. Além de acabar dinheiro em boa parte deles, era fácil encontrar filas nas máquinas espalhadas pelas cidades. Com o acordo, o confisco ainda acontecerá, mas será menor do que previsto inicialmente.
Com medo de não receber pagamentos, uma série de estabelecimentos comerciais no Chipre passaram a aceitar apenas dinheiro e nada de cartões, especialmente de crédito. Diante da mudança, para não desestimular o consumo, alguns lugares passaram a oferece um desconto para pagamento em espécie, que chegou a 10% em alguns casos.
Temendo uma corrida aos bancos, as instituições financeiras do país ainda permanecerão fechadas e as filas no caixa devem continuar por algum tempo. O feriado bancário já deveria ter sido encerrado, mas continua. Ainda nesta segunda-feira, dia 25 de março, clientes de alguns bancos encontram nos sites das instituições páginas de aviso sobre a impossibilidade de realizar transações financeiras, inclusive pela internet. A imagem mostra o aviso do site do Laiki Bank, um dos que está na situação mais crítica no país.
As possíveis medidas para salvar a economia do Chipre preocupa a população, que vai às ruas pedir para que os outros países da União Europeia “tirem as mãos do Chipre”. Desde o início do agravamento da crise, quase todos os dias são marcados por protestos no país.
Angela Merkel, chanceler da Alemanha, tem sido muito criticada pelos cipriotas. A Alemanha vem pressionando o Chipre por soluções rápidas, antes que outros países da zona do euro sejam contaminados pela crise. Com isso, a imagem de Angela Merkel tem sido frequente em charges em jornais europeus e em protestos da população cipriota.
No auge das dúvidas sobre o rumo da economia cipriota, o líder da influente Igreja Ortodoxa do Chipre, o arcebispo Chrysostomos II (foto), colocou os recursos da Igreja à disposição do país para ajudar a retirá-lo da crise financeira. Segundo o religioso, se fosse necessário, a igreja estaria disposta a hipotecar os seus ativos para investir em títulos do governo.