Economia

Arrecadação de outubro tem alta real de 0,1% e no ano a retração chega a 0,68%

Governo tem sinalizado que o aumento das compensações de créditos e tributos tem afetado a arrecadação em 2023 

Fachada do Ministério da Fazenda (EDU ANDRADE/Ascom/MF/Flickr)

Fachada do Ministério da Fazenda (EDU ANDRADE/Ascom/MF/Flickr)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 27 de novembro de 2023 às 10h54.

Última atualização em 27 de novembro de 2023 às 11h38.

A arrecadação de impostos e contribuições federais registrou alta real de 0,1% em outubro e totalizou R$ 215,602 bilhões, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, 27, pela Receita Federal. Esse é o primeiro resultado positivo após quatro quedas consecutivas.

Apesar da elevação no mês, de janeiro a outubro deste ano, a arrecadação de tributos federais totalizou R$ 1,907 trilhão. Com valores corrigidos pela inflação, somou R$ 1,929 trilhão, com retração real de 0,68%.

Na prática, essa queda acumulada no é fruto das reduções dos preços do dólar e da cotação das commodities, que impactam o valor de venda do petróleo e dos metais. Esses dois itens têm peso significativo na arrecadação federal. 

Além disso, o governo tem sinalizado que o aumento das compensações de créditos tributos também afeta a arrecadação em 2023.

Efeito sobre as contas públicas

Como mostrou a EXAME, o governo projetou uma piora significativa na projeção para o déficit nas contas públicas de 2023. Segundo o Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do quinto bimestre, a estimativa de rombo fiscal subiu de R$ 141,4 bilhões (1,3% do PIB) para R$ 177,4 bilhões (1,7% do PIB). A meta orçamentária do ano autoriza um rombo nas contas públicas de até  R$ 213,6 bilhões (2,0% do PIB).

O aumento do rombo decorre da redução das receitas, de R$ 22,2 bilhões. Desse total, R$ 12,6 bilhões correspondem a depósitos judiciais da Caixa que não poderão ser computados como receita e outros R$ 9 bilhões da arrecadação de imposto de importação, CSLL, Cofins e imposto de renda.

Na prática, com uma arrecadação menor e com o aumento de gastos públicos, o rombo fiscal tem aumentado.

Acompanhe tudo sobre:Ministério da FazendaImpostos

Mais de Economia

Ministro diz que BPC e Bolsa Família não terão mudanças em pacote fiscal preparado pelo governo

Corte de gastos: reunião no Planalto é encerrada sem decisão e será retomada às 14h desta sexta

Governo tem déficit R$ 105,2 de janeiro a setembro; número é 11,5% pior que em 2023

Lula se reúne com ministros nesta quinta e deve fechar pacote de corte de gastos