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Já passou da hora de simplificação tributária, diz Armínio

Para ex-presidente do BC, é possível simplificar não somente as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), mas também as regras

Armínio Fraga: ele afirmou que é preciso declarar guerra total ao chamado Custo Brasil (Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2014 às 16h16.

São Paulo - O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga afirmou nesta segunda-feira, 22, que "já passou da hora de uma drástica simplificação do sistema tributário".

Em almoço com empresários promovido pelo Grupo Lide, Fraga acrescentou que é possível simplificar não somente as alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), mas também as regras.

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Ele defendeu a unificação dos impostos indiretos e afirmou que é preciso declarar guerra total ao chamado Custo Brasil, que envolve uma série de pequenos problemas econômicos.

"Isso deve ser abordado de maneira organizada, com metas e acompanhamentos", afirmou.

O ex-presidente do Banco Central e um dos principais colaboradores do programa de governo do presidenciável Aécio Neves (PSDB) ainda criticou a atual matriz econômica adotada pelo governo de Dilma Rousseff.

Ele afirmou que há uma tendência a fechar a economia e oferecer subsídios e desonerações a diversos setores da sociedade.

"Isso pode ser gradualmente desfeito, para termos uma economia muito mais simples", declarou.

Fraga ainda sugeriu que o gasto público cresça a um ritmo inferior ao do Produto Interno Bruto (PIB), mas acrescentou que mesmo assim é possível continuar a investir em temas importantes como educação e saúde.

Ele também defendeu o aumento da taxa de investimento na economia e sugeriu conduzir o aumento dessa taxa dos atuais 16,5% do PIB para 24%.

Com a simplificação da economia e o aumento dos investimentos, o ex-presidente do Banco Central durante o governo de Fernando Henrique Cardoso cravou que é possível fazer o PIB crescer a um ritmo de 4% a 4,5% ao ano.

Autonomia do BC

Armínio defendeu ainda a autonomia formal do Banco Central e disse que um dia isso vai acontecer.

Ele lembrou que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso lhe deu essa autonomia quando dirigiu o BC, entre 1999 e 2002, embora naquela época não fosse uma autonomia formal, escrita em lei.

Ele explicou que a discussão da independência não significa uma independência do Judiciário ou do Legislativo.

"É uma independência para ter autonomia operacional", afirmou, acrescentando que nesse sistema o BC deve perseguir uma meta estabelecida pelo governo, similar ao funcionamento de uma agência do governo.

Armínio acrescentou que o principal mandato da autoridade monetária tem que ser a estabilidade da moeda.

"A estabilidade da moeda é um bem público, e quem mais se beneficia disso são os mais pobres", justificou.

Ele ainda lembrou que o BC não consegue, sozinho, afetar a tendência de crescimento da economia, mas disse que a instituição pode suavizar os ciclos econômicos.

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