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Argentina acelera embarques em meio a boatos sobre impostos

Desde 22 de maio, ganharam força as especulações de que o governo vai impor novamente impostos sobre a exportação de milho e trigo

Grãos de milho em sacos para exportação (Brent Stirton/Getty Images)

João Pedro Caleiro

Publicado em 5 de junho de 2018 às 16h58.

Os exportadores de produtos agrícolas da Argentina estão acelerando compras e embarques. O governo não consegue acabar com especulações de que reativará os impostos sobre exportações.

Na semana desde que o jornal Clarín noticiou a possível mudança fiscal, empresas que atuam no comércio exterior de grãos solicitaram autorizações para embarque de 7,49 milhões de toneladas de soja, milho, trigo e outros produtos, como farelo de soja. Na semana anterior, foram apenas 1,28 milhão de toneladas e 1,07 milhão um ano antes, segundo dados do Ministério da Agricultura.

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As datas para as autorizações concedidas vão dos próximos dias até o início de 2019.

Embora seja normal o aumento nesta época do ano devido à conclusão da colheita de soja, a escala é muito maior desta vez.

Desde 22 de maio, ganharam força as especulações de que o governo vai impor novamente impostos sobre a exportação de milho e trigo, em meio aos esforços para reduzir o déficit público enquanto o presidente Mauricio Macri negocia uma linha de crédito junto ao Fundo Monetário Internacional. Macri removeu esses impostos quando assumiu o cargo, em dezembro de 2015, em decisão comemorada pelos agricultores do país.

Segundo o Clarín, o governo estuda pausar o corte gradual em um imposto sobre a exportação de grãos, farelo e óleo de soja. Essa alíquota vem sendo reduzida em 0,5 ponto percentual por mês até dezembro de 2019, quando chegará a 18 por cento para grãos de soja e 15 por cento para os subprodutos.

As notícias causaram nervosismo entre os fazendeiros. O chefe de gabinete de Macri, Marcos Peña, disse na semana passada que mudanças nos impostos sobre exportações agrícolas não estão sendo consideradas no momento.

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